Ministério Público Federal nega pedido do ex-presidente Lula para anular ação do triplex do Guarujá
O
Ministério Público Federal enviou ao Superior Tribunal de Justiça
parecer em que se manifesta contra o pedido de anulação da ação penal do
triplex do Guarujá, feito pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva. O documento é assinado pelo subprocurador-geral da República
Nívio de Freitas, e foi remetido à Quinta Turma do STJ, em recurso na
ação que culminou na condenação de Lula a 8 anos, 10 meses e 20 dias de
prisão, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
A
Procuradoria reforça “o caráter ilegal das interceptações telemáticas
divulgadas pela série de reportagens do portal de notícias The Intercept
Brasil” – que indicariam parcialidade do então juiz titular da 13.ª
Vara Federal do Paraná, Sergio Moro, e suposto conluio com procuradores
da força-tarefa da Operação Lava Jato.
Nívio
de Freitas lembra que a nulidade de ato processual em matéria penal
“exige demonstração concreta de prejuízo ao réu, o que em sua avaliação,
não foi comprovado efetivamente pela defesa do ex-presidente”.
“Assim,
mostra-se inviável a consideração dos supostos fatos aventados pelo
peticionante no sentido de que o juízo criminal natural não se manteve
imparcial, tendo em vista a ausência de prova efetiva”, ressalta o
subprocurador-geral da República.
Outro fator apontado pela manifestação é “parcialidade da análise do mérito da ação por tribunais superiores”.
A
extensa compilação de provas, segundo o documento, foi reavaliada pelo
colegiado de magistrados do STJ, “estando, portanto, livre de qualquer
ilação a respeito de sua função judicante, exercida de modo imparcial”,
defende Nívio de Freitas no parecer.
A manifestação do Ministério
Público Federal foi enviada no Recurso Especial (RE) 1765139, impetrado
pela defesa de Lula na ação penal que condenou o ex-presidente por
corrupção passiva, “em razão do recebimento de um apartamento triplex,
com reformas e mobiliário, e por lavagem de dinheiro, diante da
ocultação da propriedade do imóvel, no Guarujá (SP)”.
O
processo conhecido como caso do triplex do Guarujá resultou na
condenação inicial de Lula a 9 anos e seis meses de reclusão, imposta
por Moro – pena ampliada depois pelos desembargadores do Tribunal
Regional Federal da 4.ª Região (TRF4) para 12 anos e um mês. A pena foi
reduzida pela Quinta Turma do STJ a 8 anos, 10 meses e 20 dias. O
ex-presidente cumpre prisão desde abril do ano passado.
Fonte: Terra - Publicado por: Gerlane Neto

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