Supremo Tribunal Federal nega suspensão de bloqueio de dinheiro das universidades federais
Coronel
classificou a empreitada de Weintraub como uma “ameaça que se coloca na
continuidade dos programas das universidades”. O senador argumentou
ainda que a urgência no pedido tem como base a necessidade de o Supremo
afirmar com “clareza” que o bloqueio promovido pela pasta viola
princípios constitucionais.
“É
evidente que há violação direta a determinações constitucionais e
legais no presente caso. Há evidente dano ao direito do Autor, como
titular do poder de representação. Tal dano consubstancia-se no risco à
coletividade de seus representados, na medida em que se afrontam os
princípios constitucionais e restringe-se de maneira indevida verba para
as referidas instituições de ensino superior”, escreveu o senador em
seu pedido.
Em decisão monocrática, Marco Aurélio negou o pedido
afirmando que o Supremo não teria competência para julgar o caso, “sob
pena de indevido elastecimento”. O ministro argumentou ainda que a corte
só julga mandados de segurança que tem como coautores o presidente da
República, a Mesa do Senado ou da Câmara, o Procurador-Geral da
República, o TCU (Tribunal de Contas da União) e o próprio Supremo, o
que, em sua perspectiva, não é o caso.
Em
seu requerimento, o senador Angelo Coronel utilizou como argumento o
decreto 9.741 promulgado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) no final
de março. O texto dispõe sobre as despesas as instituições federais de
educação.
Segundo Mello, o “apontado corte de verbas nas
universidades” está sujeito à decisão de Weintraub, e não da
presidência. “[O decreto] Não promove o apontado corte de verbas nas
universidades, o qual está sujeito a decisão no âmbito da pasta a que
vinculadas, e não do chefe do Executivo federal.”, escreveu o ministro.
Ministro chamou cortes de “contingenciamento”
Na
última terça-feira (7), Weintraub afirmou durante audiência no
Congresso que a redução em 30% do orçamento das universidades públicas
do país é um “contingenciamento”, e não um “corte” de investimentos. A
medida, segundo o ministro, foi tomada devido à crise econômica e as
verbas poderiam aumentar, em caso de aprovação da reforma da Previdência
ou melhora da economia.
O chefe da pasta da Educação no governo
Jair Bolsonaro (PSL) defendeu que “a [pasta da] Economia impôs esse
contingenciamento diante da arrecadação mais fraca” e que o Executivo
precisa cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal, o que também foi
contestado pelos parlamentares da comissão.
Posteriormente,
Weintraub acabou cometendo um ato falho e se referiu à medida como
“corte” ao questionar os motivos da resistência das universidades
públicas e de setores da sociedade. “Não dá pra cortar em nada? É
sacrossanto o orçamento?”, perguntou o ministro. Segundo ele, uma
universidade custaria em média R$ 1 bilhão.
“Está todo mundo no país apertando o cinto. Será que não dá para cortar em nada?”, voltou a interpelar.

Fonte: UOL - Créditos: Alex Tajra
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