Cinco problemas que os celulares podem causar a sua saúde e a de sua pele
Estudos recentes têm apontado alguns malefícios do uso exagerado dos dispositivos móveis

© Pixabay
Já parou para pensar quanto
tempo do dia você passa olhando para o celular? Segundo levantamento
realizado pela empresa de estatísticas Statista, o tempo de uso do
aparelho pelos brasileiros dobrou entre os anos de 2012, onde a média
era inferior a duas horas diárias, e 2016, quando chegou a quatro horas e
48 minutos, a média mais alta do mundo.
Os dados chamam atenção, pois o uso excessivo do celular, além
de causar distúrbios psicológicos e do sono, também pode ocasionar
problemas relacionados aos ossos, articulações e até mesmo à pele. Por
exemplo, o hábito de realizar sempre o mesmo movimento com os dedos para
digitar, ou até mesmo segurar constantemente o dispositivo com uma das
mãos, pode favorecer o aparecimento de uma série de complicações.
Dores articulares nas mãos
– De acordo com um estudo conduzido pela Universidade de Gothenburg*,
na Suécia, e publicado em março deste ano, movimentos altamente
repetitivos com o polegar têm sido identificados como um potencial fator
de risco para distúrbios musculoesqueléticos relacionados ao uso de
telefones celulares, pois esta repetição excessiva de um único movimento
pode ocasionar um efeito inflamatório e, posteriormente, degenerativo
nas articulações e tendões das mãos, dedos e pulsos. Mas o problema pode
ser evitado através de alguns cuidados básicos, sendo o principal deles
a redução do uso do celular. Porém, caso isso não seja possível, devido
ao trabalho ou funções do dia-a-dia, é importante que você descanse por
pelo menos 10 minutos após duas horas trabalhadas, aproveitando este
período para alongar e mobilizar os tendões e articulações da região dos
punhos e das mãos.
Caso o problema persista, o ideal é buscar um
fisioterapeuta que verificará formas de diminuir o estresse nessas
regiões, além de auxiliar na redução das dores e no fortalecimento dos
músculos e articulações. Uma das novidades no tratamento, e que pode ser
usado até mesmo em casa, fica por conta de equipamentos que agem
através da fotobiomodulação, ou seja, utilizam da estimulação
fotodinâmica para promover efeitos fisiológicos, como o Sportllux.
“Quando ocorre a interação dos LEDs do Sportllux com os tecidos, há um
aumento de ATP (energia) mitocondrial e óxido nítrico. O ATP auxilia na
contração muscular e o óxido nítrico tem efeito analgésico, por isso
essa tecnologia é tão interessante para esse tipo de dor. Dessa forma, o
equipamento atua no reparo tecidual das lesões em nervos periféricos,
além de aliviar a dor e atrasar o aparecimento da fadiga muscular,
podendo ainda ter uma ação protetora sobre o desenvolvimento do dano
induzido pelo uso excessivo do celular”, afirma o médico angiologista
Dr. Álvaro Pereira de Oliveira.
Envelhecimento precoce da pele do pescoço
– Mas os problemas causados pelos smartphones e celulares não param por
aí. O hábito contínuo de inclinar a cabeça para baixo para visualizar o
celular está acelerando o processo de envelhecimento em uma região
difícil de tratar: o pescoço. De acordo com um estudo da Universidade de
Chung-Ang, na Coreia do Sul, mulheres a partir dos 29 anos já
apresentam vincos nessa área, enquanto o natural seria apenas depois dos
40. Uma das razões citadas no estudo foi o uso exagerado do celular.
Recentemente, o número de pacientes com rugas do pescoço vem aumentando
de tal forma que o problema já tem até nome: Rugas Tech Neck. “A pele do
pescoço é muito fina, praticamente sem glândulas sebáceas, com
espessura próxima a dois milímetros, pouco hidratada e onde há grande
movimentação natural pela própria dinâmica da região. Logo, a inclinação
frequente da cabeça para baixo a fim de olhar o celular, tablet ou
outro dispositivo, favorece o surgimento precoce dos sinais de
envelhecimento e a formação de sulcos na região”, destaca a
dermatologista Dra. Claudia Marçal, membro da Sociedade Brasileira de
Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia.Segundo a médica,
para evitar o aparecimento das rugas Tech Neck uma dica importante é,
mesmo quando mexer nos dispositivos, manter a cabeça em um ângulo de 0
grau e a postura alinhada, com o celular erguido na direção dos olhos.
Já com relação aos cuidados diários na região do pescoço, a especialista
indica o uso de sabonetes neutros ou loções de limpeza à base de ativos
calmantes. “Em seguida, deve-se usar loções tônicas que vão preparar a
pele para receber um sérum tensor que pode conter Hyaxel, ácido
hialurônico de baixo peso molecular, antioxidantes, vitaminas e
glicosaminoglicanas, além de substâncias que recuperem a volumetria da
região como Adipofill e Sculptessence”, completa. Para finalizar, o
protetor solar com FPS 30, no mínimo, é indispensável, devendo ser
reaplicado a cada quatro horas. No caso dos tratamentos, a toxina
botulínica e os lasers figuram entre os procedimentos mais utilizados
hoje para tratar as linhas de expressão que formam os colares
horizontais.
Acne – Os aparelhos
concentram um alto número de bactérias e sujidades que são carregadas
até o rosto, principalmente no contato direto com o celular ou se a
pessoa tem o costume de passar a mão na face, e isso acaba auxiliando na
formação de espinhas. “Para evitar o aparecimento ou agravamento do
quadro acneico, é importante que você realize regularmente a limpeza de
seu dispositivo com produtos específicos. Além disso, deve-se evitar
passar a mão no rosto várias vezes ao dia, ainda mais se você tem a
péssima mania de espremer espinhas”, recomenda a dermatologista. A
médica ainda alerta sobre a importância de se consultar sempre um
dermatologista, pois a acne é um problema multifatorial e somente um
médico especialista pode indicar o melhor tratamento para o problema.
Luz visível
– A luz visível emitida pelo celular também é prejudicial a nossa
saúde, pois pode favorecer o surgimento de manchas escuras e desencadear
ou piorar certas doenças de pele. “Isso acontece porque a luz visível
estimula a melanogênese, ou seja, a pigmentação, sendo um fator
importante de piora do melasma e de doenças que apresentam
fotossensibilidade, como o Lúpus e a rosácea. Além disso, a luz visível
também causa inflamações, danos nos tecidos e age diretamente no DNA das
células, pois, ao interagir com a melanina, pigmento que dá cor à pele,
ela gera uma forma de oxigênio altamente reativa que deteriora
inclusive o material genético celular”, explica a médica. Para tratar e
prevenir o problema, a dermatologista recomenda o uso diário de cremes
antioxidantes e, para os portadores de doenças de pele fotossensíveis, o
acompanhamento dermatológico é fundamental. “No caso do melasma,
tratamentos como o microagulhamento, a radiofrequência e o peeling de
cristal têm bons resultados. Mas, como o melasma tem uma característica
hereditária, o uso de medicação tópica e oral é essencial.”
Alergia – Além disso, alguns
componentes dos celulares, como o cromo e o níquel, estão relacionados
com o aumento do número de alergias na pele. Segundo a Associação
Britânica de Dermatologistas, a alergia a níquel afeta 30% da população
no Reino Unido e figura entre as dermatites de contato mais comuns. E o
pior é que o níquel está em quase todo o celular: desde a bateria de
lítio (que traz níquel na composição) até o fio de ligação de cada chip
(que é revestido com a substância), passando pelo microfone, eletrônica e
revestimentos decorativos. “Neste caso, além de sempre utilizar case e
película no dispositivo, é necessário consultar um dermatologista ao
perceber qualquer tipo de alteração na pele para que o profissional
indique a melhor opção de tratamento para seu caso”, finaliza a Dra.
Cláudia Marçal.
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