Músico morre após Exército fuzilar carro de família com 80 tiros no Rio de Janeiro
O delegado que investiga o caso diz que “tudo indica” que os militares disparam por engano
© Reprodução / Facebook
O músico e
segurança Evaldo dos Santos Rosa, de 51 anos, morreu neste domingo (7)
ao ser baleado pelo Exército. Os militares dispararam pelo menos 80
tiros contra o carro em que ele estava com a família, em Guadalupe, na
Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Segundo o delegado Leonardo Salgado, da Delegacia de
Homicídios do Rio de Janeiro, “tudo indica” que os militares atiraram
por engano, pois confundiram o veículo com o de assaltantes.
De
acordo com o G1, cinco pessoas estavam no automóvel atingido: pai, mãe,
uma criança de 7 anos, o sogro e uma mulher. A família estava a caminho
de um chá de bebê. Segundo a TV Globo, Evaldo morreu na hora, enquanto o
sogro dele foi baleado nos glúteos. Já a esposa da vítima fatal, a
criança e amiga não foram atingidas. Um pedestre que passava no local
também se feriu ao tentar ajudar.
A
Polícia Civil disse que os militares envolvidos no caso foram ouvidos
pelo próprio Exército, que entendeu que o inquérito deveria ser militar.
Mas, ainda assim, o delegado Leonardo Salgado defende que há indícios
para prisão em flagrante.
"Fica muito difícil tomar uma decisão
diferente desta (prender), não vejo uma legítima defesa pela quantidade
de tiros que foi. Os indícios apontam para uma prisão em flagrante",
afirmou o delegado.
"Foram diversos, diversos disparos de arma de
fogo efetuados e tudo indica que os militares realmente confundiram o
veículo com um veículo de bandidos. Mas neste veículo estava uma
família. Não foi encontrada nenhuma arma (no carro). Tudo que foi
apurado era que realmente era uma família normal, de bem, que acabou
sendo vítima dos militares", acrescentou o delegado à TV Globo.
O Comando Militar do Leste emitiu uma nota e disse que o caso será investigado.
"A fim de realizar uma apuração preliminar da dinâmica dos fatos
ocorridos, foi determinado pelo Comandante Militar do Leste que sejam
coletados os depoimentos de todos os militares envolvidos, bem como
ouvidas todas as testemunhas civis, o que está em andamento, nesse
momento, na Delegacia de Polícia Judiciária Militar ativada na Vila
Militar. O Ministério Público Militar já foi informado e está
supervisionando a condução dessas oitivas".
Notícias ao Minuto
Nenhum comentário:
Postar um comentário