Ministro Alexandre de Moraes rebate Raquel Dodge e diz que manterá inquérito sobre fake news
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, afirmou que a manifestação da procuradora-geral, Raquel Dodge, pelo arquivamento do inquérito aberto para apurar fake news não tem respaldo legal e manteve a investigação.
“O
pleito da Procuradora Geral da República não encontra qualquer respaldo
legal, além de ser intempestivo [fora do prazo], e, se baseando em
premissas absolutamente equivocadas, pretender, inconstitucional e
ilegalmente, interpretar o regimento da corte e anular decisões
judiciais do Supremo Tribunal Federal”, escreveu o ministro.
Moraes preside o inquérito aberto em março pelo presidente do Supremo, Dias Toffoli, para investigar disseminação de informações falsas, ofensas e ameaças contra integrantes da corte. À época, Toffoli fundamentou a abertura do inquérito com base em um artigo do regimento interno do STF.
Na
decisão do final da tarde desta terça (16), Moraes informou que o
inquérito foi prorrogado por mais 90 dias pela presidência do STF.
Segundo ele, foi dado um prazo de dez dias de vista à PGR.
No
despacho, Moraes escreveu que o sistema acusatório implantado em 1988
deu ao Ministério Público a privatividade da ação penal, mas não a
estendeu à fase de investigação, pois manteve a presidência dos
inquéritos policiais com os delegados de polícia “e, excepcionalmente,
no próprio Supremo Tribunal Federal, por instauração e determinação de
sua presidência, nos termos do 43 do regimento interno”.
Esse
artigo estipula que, “ocorrendo infração à lei penal na sede ou
dependência do tribunal, o presidente instaurará inquérito”.
Críticos
da interpretação que Toffoli deu a esse trecho do regimento argumentam
que os ataques pela internet não são na sede do Supremo. Pelo
entendimento adotado por Toffoli, porém, os ministros atacados nas
publicações representam o próprio tribunal. O regimento interno da corte
tem força de lei.
No início desta tarde, a PGR divulgou que, em manifestação enviada ao Supremo, Dodge informou Moraes sobre o arquivamento do inquérito.
A iniciativa da procuradora-geral gerou controvérsia porque, ainda
que Dodge entendesse que estava amparada pela jurisprudência do STF,
ministros e juristas apontaram que a palavra final cabia ao juiz.
Para
Dodge, uma vez que o Ministério Público é o titular da ação penal —o
único órgão com legitimidade para levar adiante uma acusação—, caberia a
ele decidir pelo arquivamento ou pela continuidade do caso.
“Registro
[…] que nenhum elemento de convicção ou prova de natureza cautelar
produzida [nesse inquérito] será considerada pelo titular da ação penal
ao formar sua ‘opinio delicti’ [opinião sobre o delito]. Também como
consequência do arquivamento, todas as decisões proferidas estão
automaticamente prejudicadas”, afirmou Dodge na manifestação ao STF.
“O
sistema penal acusatório estabelece a intransponível separação de
funções na persecução criminal: um órgão acusa, outro defende e outro
julga. Não admite que o órgão que julgue seja o mesmo que investigue e
acuse”, continuou.
No âmbito desse inquérito polêmico, aberto de
ofício (sem provocação de outro órgão) por Toffoli, Moraes determinou
que dois sites tirassem notícias do ar e ordenou buscas e apreensões
realizadas na manhã desta terça, conforme antecipou o Painel, da Folha.
Fonte: Folha de S. Paulo - Créditos: Mônica Bergamo e Reynaldo Turollo Jr. - Publicado por: Ivyna Souto
Esse é, definitivamente, o supremo corte( do verbo cortar) da justiça.
ResponderExcluirEu, particularmente,não confio no STF.espero que os senhores juízes do supremo não obriguem o povo a confiar neles.
ResponderExcluirE gostaria de confiar, desde que alguma sentença desta corte beneficiasse alguém de baixo poder aquisitivo.e explico: não só existe Daniela anselmo,digníssima esposa do digníssimo ex _ governador do Rio de janeiro Sérgio Cabral que não podia ficar presa porque tinha filhos menores pra cuidar.existem milhares nesta mesma situação e porquê elas não têm o mesmo tratamento?
ResponderExcluirConcordo, plenamente!
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