Em medida preventiva contra câncer, três irmãos decidem retirar ao mesmo tempo o estômago
Três irmãos decidiram retirar ao mesmo tempo o estômago como medida preventiva contra o câncer, após a morte da mãe e de uma irmã, vítimas da doença – exatamente no estômago.
Após
exaustivos exames, que apontaram alta possibilidade de desenvolvimento
de câncer, Tahir Khan, de 44 anos, Sophia Ahmed, de 39, e Omar Khan, de
27, submeteram-se à drástica cirurgia.
Os três apresentam a mesma mutação genética, conhecida como CDH1, que pode causar agressivo câncer no estômago,
contou reportagem publicada no “Sun”. A outra irmã, Tracy Ismail, de 49
anos, apresentou resultado negativo e não teve que realizar o mesmo
procedimento extremo.
Pearl
Khan, a mãe, morreu aos 49 anos, seis meses após o diagnóstico, em
2002. Yasmin Khan, a irmã, faleceu vítima de câncer no estômago seis
anos depois, mesmo tendo passado por quimioterapia.
“Li no
prontuário de Yasmin no hospital que os médicos suspeitavam que o
problema fosse genético. Fiz uma pesquisa e descobri que um hospital de
Cambridge estava realizando um estudo. Entrei em contato”, contou Sophia, que mora com os irmãos em Walsall (Inglaterra).
Foi no mesmo hospital que os irmãos foram testados.
“É um caso muito raro, de um tipo bem específico, de câncer no estômago”, declarou Marc Tischkowitz, médico especializado em genética da Universidade de Cambridge.
A maior prova da herança genética na
família Khan veio quando Farah, de 21 anos, filha de Tahir, submeteu-se
aos testes em Cambridge. Os resultados deram positivos.
“Fazer
os testes salvou a minha vida. Eu tinha 90% de chance de desenvolver
câncer. Eu pesava 95 quilos, agora peso apenas 63. Eu tenho que beliscar
constantemente porque meu corpo tem dificuldade para obter nutrientes
de outra forma. Já o meu irmão continua comendo como um cavalo”, disse Tahir.
A remoção de órgãos preventivamente está se tornando mais comum. O caso mais conhecido foi o da atriz Angelina Jolie. A estrela do cinema se submeteu em 2013 a dupla mastectomia (retirada dos dois seios) para reduzir as chances de desenvolver câncer.
“Minha mãe lutou contra o câncer por quase uma década e morreu aos 56 anos”, disse a atriz em texto após o procedimento. “Ela
viveu o suficiente para conhecer seus primeiros netos e segurá-los nos
braços. Mas minhas outras crianças nunca terão a chance de conhecê-la e
sentir quão amável e graciosa ela era”, acrescentou.
Angelina
descobriu ter um “defeito” no gene chamado BRCA1. Os médicos disseram
que ela tinha 87% de chances de desenvolver um câncer de mama, e 50% de
ter um câncer no ovário.
Em 2015, Angelina retirou os ovários.
Fonte: Extra - Publicado por: Larissa Freitas
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