Senador Major Olímpio diz que massacre seria evitado com professores armados
Dois adolescentes invadiram escola e mataram pelo menos oito pessoas; dupla se suicidou em seguida
© Roque de Sá/Agência Senado
GUILHERME SETO - SÃO PAULO,
SP (FOLHAPRESS) - O senador Major Olímpio (PSL-SP) afirmou nesta
quarta-feira (13) que o massacre que deixou ao menos dez pessoas mortas
na escola estadual Professor Raul Brasil em Suzano, na região
metropolitana de São Paulo, teria sido evitado caso os funcionários da
escola estivessem com armas.
O senador, um dos mais destacados apoiadores do presidente
Jair Bolsonaro (PSL), tem como suas principais pautas a revogação do
estatuto do desarmamento e a redução da maioridade penal.
"Se os
professores estivessem armados, e se os serventes estivessem armados,
essa tragédia de Suzano teria sido evitada", disse Olímpio durante
reunião da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado.
Em
nota, Olímpio acrescentou que "a política desarmamentista fracassou" e
que não pode "deixar que os aproveitadores se utilizem da tragédia para
falar que o desarmamento é solução, essas armas são ilegais e foram
obtidas e usadas por adolescentes".
O
senador aproveitou para também fazer a defesa da redução da maioridade
penal. Ele é autor de projeto de lei que prevê a possibilidade de
prender qualquer pessoa a partir dos 12 anos após avaliação psicológica.
"Nossas
escolas deviam ser lugar de proteção para nossas crianças e
infelizmente não estão seguras. Precisamos urgentemente rever a nossa
política de segurança pública, bandido não tem idade, e essa tragédia
apenas reafirma que precisamos reduzir a maioridade penal já."
Segundo
a Polícia Militar, quatro estudantes e dois funcionários -entre eles a
coordenadora- foram mortos na escola, em Suzano, e outros dois alunos
morreram após serem levados a hospitais da região.
Os disparos
foram feitos por volta das 9h30, quando dois homens encapuzados, que
aparentam ter entre 20 e 25 anos e ainda não tiveram a identidade
divulgada, atiraram contra os alunos e, em seguida, se mataram.
A dupla levava um revólver calibre 38, uma besta e artefatos explosivos.
Há ao menos outras dez pessoas feridas, duas em estado grave, de acordo com o Corpo de Bombeiros.
OUTROS CASOS
Já
houve no país ao menos outros sete casos similares ao de Suzano com
atiradores (alunos ou não) dentro de escolas abrindo fogo contra
estudantes e outras pessoas.
Em Salvador, um jovem de 17 anos
matou duas colegas dentro da sala do colégio particular Sigma e foi
preso em flagrante. À época, em 2002, a delegada encarregada do caso
afirmou que o revólver calibre.38 utilizado pelo garoto pertencia ao
pai, que era perito policial.
Em janeiro de 2003, em Taiúva (a 363
km de São Paulo), Edmar Aparecido Freitas, 18, ex-aluno da escola
estadual Coronel Benedito Ortiz, invadiu o pátio da instituição, atirou
em alunos, professores e funcionários e depois se matou.
Em abril
de 2011, em Realengo (zona oeste do Rio), doze adolescentes -dez meninas
e dois meninos- morreram no massacre da escola municipal Tasso da
Silveira. Eles foram vítimas de Wellington Menezes de Oliveira, 23, que
atirou contra as vítimas na sala de aula.
No mesmo mês, um
adolescente de 14 anos que se disse vítima de bullying matou um colega
com golpes de faca no interior do Piauí. O caso ocorreu na zona rural da
cidade de Corrente, no extremo sul do Estado.
Também em 2011, mas
em setembro, um aluno de 10 anos de idade que estava no 4º ano atirou
na professora Rosileide Queiros de Oliveira, 38, e depois se matou na
escola Professora Alcina Dantas Feijão, em São Caetano do Sul (Grande
São Paulo).
Em abril de 2012, um adolescente de 16 anos atirou em
outras três alunas de escola estadual de Santa Rita (região
metropolitana de João Pessoa, na Paraíba). O objetivo do rapaz era
acertar um menino de 15 anos com quem havia discutido duas vezes.
O último caso foi em outubro de 2017, quando um adolescente de 14
anos matou dois colegas e feriu outros quatro, em Goiânia. O jovem
utilizou uma pistola .40 da mãe, que assim como o pai é policial
militar. Segundo a Polícia Civil, na época, o adolescente foi motivado
por bullying.
Notícias ao Minuto
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