Com Moro de carona, Bolsonaro vai a churrasco com Rodrigo Maia, Davi Alcolumbre e Dias Toffoli
Evento foi realizado na casa do presidente da Câmara dos Deputados
© Adriano Machado/Reuters
Originalmente
anunciado como um evento restrito entre os presidentes dos Três Poderes,
o almoço deste sábado (16) na residência de Rodrigo Maia (DEM-RJ),
presidente da Câmara, transformou-se em uma confraternização informal
entre boa parte da cúpula política de Brasília.
Um dia antes de
embarcar para Washington, nos EUA, o presidente Jair Bolsonaro chegou ao
churrasco de camisa de manga curta azul clara e levou de carona o
ministro Sergio Moro (Justiça), que não estava na lista inicialmente.
Eles foram recebidos por um Rodrigo Maia sorridente, de camisa polo preta.
Também
apareceu sem estar na lista original de convidados o senador Flávio
Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente e protagonista de um escândalo
de suspeita de corrupção envolvendo integrantes de seu gabinete na
Assembleia Legislativa do Rio.
O
presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), cuja residência oficial
é vizinha à de Maia, foi um dos primeiros a chegar, mas saiu pouco
depois. Ele retornou após alguns minutos com o presidente do STF
(Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli, no carro oficial do Senado.
Dos
22 ministros, compareceram 15, entre eles Ricardo Vélez (Educação). Não
apareceram Paulo Guedes (Economia), comandante da reforma da
Previdência, e Marcelo Álvaro Antônio (Turismo), cujo cargo está sob
risco por causa do escândalo dos laranjas do PSL, revelado pela Folha de
S.Paulo.
O general Santos Cruz (Secretaria de Governo) chegou
caminhando, de camisa polo vinho e óculos escuros. "Me mandaram no meu
zap aqui que era para almoçar. Não tenho ideia de agenda", disse na
entrada.
Ministro do ex-presidente Michel Temer (MDB), hoje
secretário do governo João Doria (PSDB), Alexandre Baldy (PP) chegou
dirigindo e foi embora pouco depois. Abriu a janela e explicou. Esteve
lá para levar a filha, amiga dos filhos de Rodrigo Maia. E se despediu
com o slogan do novo chefe: "Acelera", acompanhado do gesto com a mão.
O
ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), curtiu o sábado
ensolarado no cerrado de camiseta azul, depois de dias na Antártida.
Saiu de -45ºC para 28ºC, segundo o The Weather Channel.
Poucos
congressistas apareceram. Um deles foi o senador Marcos do Val (PPS-ES),
relator do decreto legislativo apresentado pelo PT no Senado para
anular a medida de Bolsonaro que flexibiliza a posse de armas para
civis.
Os outros dois foram os deputados Fernando Coelho Filho
(DEM-PE) e Arthur Lira (AL), líder do PP na Câmara, um dos críticos mais
contundentes da falta de articulação política do governo Bolsonaro.
A
cúpula do PSL no Congresso não estava presente. Os líderes do governo
na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), e no Congresso, Joice Hasselmann
(PSL-SP), e o líder do partido, deputado Delegado Waldir (GO), não
foram.
A reunião acontece em um momento de arestas a serem aparadas entre os três Poderes.
Sem
base aliada formada, o governo Bolsonaro é criticado no Congresso pela
articulação política considerada falha. Para darem início à tramitação
da reforma do regime geral da Previdência, deputados e senadores exigem
cargos, repasses de verbas e o envio do projeto que alterará o sistema
de aposentadoria dos militares.
Anfitrião do almoço, Maia assumiu a
função de costurar uma base aliada para Bolsonaro na intenção de
garantir a aprovação da reforma.
O Senado, que não pretende ficar sem protagonismo, elevou a temperatura na relação com o Supremo.
Alguns
senadores reclamam do que chamam "ativismo judicial" e têm nas mãos
pedidos de impeachment contra diferentes magistrados, um requerimento de
criação de CPI para investigar integrantes das cortes superiores e
projetos que revertem decisões do tribunal e estabelecem mandato de oito
anos para seus ministros.
O Supremo, por sua vez, irritou
congressistas na última semana ao decidir que crimes como corrupção e
lavagem de dinheiro, quando investigados junto com caixa dois, devem ser
processados na Justiça Eleitoral, e não na Federal.
Mas o que mais incomodou foi o inquérito anunciado por Toffoli para
apurar a existência de fake news, ameaças e denunciações caluniosas,
difamantes e injuriantes que atingem a honra e a segurança dos membros
da Corte e de seus familiares.
Nptícias ao Minuto com informações da Folhapress
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