Meningite pode deixar sequelas e é letal em 20% dos casos, que podem ser evitados através da vacinação
Causada por vírus, bactérias ou outros agentes infecciosos, a meningite é uma doença grave que pode deixar sequelas, como danos neurológicos, e até levar à morte
© Jovanmandic / iStok
A notícia do falecimento nesta sexta-feira, 1, do neto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Arthur Araújo Lula da Silva, de sete anos, voltou a atenção para uma doença silenciosa e agressiva, que pode ser evitada através da vacinação.
Causada por vírus, bactérias ou outros agentes infecciosos, a
meningite é uma doença grave que pode deixar sequelas, como danos
neurológicos, e até levar à morte. A forma bacteriana é a que costuma
resultar em mais complicações para os pacientes. No Brasil, o tipo mais
comum é o C, cuja vacina é oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
"Entre
as bactérias, o meningococo é a causa número um de meningite bacteriana
no País. É a que tem com maior frequência. A letalidade da doença é de
20% e ela é muito agressiva. Em poucas horas, a pessoa vai do estado
normal para a morte. É uma doença imprevisível", explica Marco Aurélio
Sáfadi, professor de infectologia da faculdade de Medicina da Santa Casa
de Misericórdia de São Paulo.
A doença é transmitida pelo ar e
causa inflamação nas meninges, membranas que envolvem o cérebro e a
medula espinhal. Entre os sintomas, estão febre, mal-estar, dor de
cabeça e rigidez no pescoço.
Segundo Sáfadi, que também é
presidente do Departamento de Infectologia da Sociedade Brasileira de
Pediatria, no caso de meningite bacteriana, o tratamento é feito com
antibióticos e pacientes que sobrevivem podem ter sequelas.
"Normalmente,
eles têm sequelas neurológicas, cegueira, surdez e perda de membros por
necrose. As complicações atingem de 10% a 20% dos pacientes que
sobrevivem."
Os pacientes também podem ter um quadro de
meningococemia, quando há uma infecção na corrente sanguínea, como
aconteceu com o neto do ex-presidente. "Ocorre uma proliferação da
bactéria, que chega no sangue e promove uma resposta inflamatória muito
forte. A resposta é tão intensa que pode promover um choque com queda
significativa da pressão. O paciente acaba sucumbindo", explica Jean
Gorinchteyn, infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas.
A
vacina é a forma mais eficaz de evitar a doença, segundo os
especialistas. O imunizante contra o tipo C, que é o mais frequente no
Brasil, está disponível na rede pública gratuitamente. Na rede privada,
existe a vacina contra os tipos A, B, C, W e Y.
"As crianças imunizadas com esses perfis vacinais estão protegidas,
porque a eficácia da vacina é superior a 90%. Mesmo os que não tiveram
produção alta de anticorpos vão ter uma forma mais branda da doença",
diz Gorinchteyn.
Notícias ao Minuto
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