Comissão convoca o Ministro Sérgio Moro para explicar pacote anticrime na Câmara dos Deputados
Até então, o ministro só havia sido convidado; prazo para seu comparecimento é de até um mês

© REUTERS/Rafael Marchante
ANGELA BOLDRINI E CATIA
SEABRA - BRASÍLIA, DF, E RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A comissão de
Legislação Participativa da Câmara aprovou nesta quarta-feira (27) a
convocação do ministro da Justiça, Sergio Moro, para que preste
esclarecimentos sobre o pacote anticrime enviado ao Congresso Nacional.
Diferentemente dos casos anteriores, quando foi convidado,
essa é a primeira vez que o ministro é convocado a dar explicações aos
deputados. O prazo para seu comparecimento é de até um mês após sua
convocação. Ainda não há data definida.
Apesar do esforço do
governo para impedir que o número de deputados presentes possibilitasse a
votação, o requerimento apresentado pelo PSOL acabou aprovado por 10
votos a zero.
Coautor do requerimento, ao lado de Luisa Erundina
(PSOL-SP), o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) afirma que o governo
enviou a proposta ao Congresso sem apresentar a justificativa devida.
O
afrouxamento das regras de posse de armas era uma das bandeiras de Jair
Bolsonaro (PSL) durante a campanha à Presidência. O decreto estende o
prazo de validade do registro de armas de 5 para 10 anos e cria
pré-requisitos objetivos que precisam ser apresentados a um delegado da
Polícia Federal para autorização da posse.
Essa alteração foi
feita para atender uma das principais críticas dos que defendiam uma
maior flexibilidade. Eles alegavam que anteriormente a PF concedia ou
não a posse com base em uma avaliação subjetiva. Há ainda uma limitação
de compra de quatro armas por pessoa, com exceção dos que comprovarem a
necessidade de possuírem uma quantidade maior, alegando número de
propriedades.
O texto ainda permitirá o recadastramento das armas o
que, na prática, concederá uma espécie de anistia aos que estiverem em
situação irregular.
Sergio Moro compareceu ao Senado nesta quarta.
Na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), ele minimizou os
desentendimentos com o Legislativo.
"Isso está sendo conversado com a Câmara, com o presidente Rodrigo
Maia. Houve uma troca de palavras ásperas, mas isso está sendo
contornado. Não temos nenhuma intenção de prolongar este
desentendimento", afirmou Moro.
Notícias ao Minuto
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