Juíza dá 5 dias para União e Bolsonaro se manifestarem sobre celebração do golpe de 1964
Defensoria cobra definição com maior rapidez diante da proximidade do aniversário da data
© Marcos Corrêa/PR
FÁBIO FABRINI -
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A juíza federal Irani Silva da Luz, da 6ª
Vara Cível em Brasília, deu cinco dias de prazo para que a União e o
presidente Jair Bolsonaro se manifestem sobre ação que tenta proibir
quartéis, em caráter liminar, de festejar o aniversário de 55 anos do
golpe de 1964.
O processo foi movido nesta terça (26) pelo advogado Carlos
Alexandre Klomfahs e o pedido é idêntico ao feito, algumas horas depois,
pela Defensoria Pública da União: obrigar as unidades militares a se
absterem de celebrar o movimento golpista, que deu início à ditadura
militar (1964-1985).
Diante do prazo aberto pela juíza, é
improvável que uma decisão seja tomada antes do próximo domingo, 31 de
março, aniversário do golpe que depôs o então presidente João Goulart e
implantou o governo autoritário.
Em despacho nesta terça (26), a
magistrada determinou a intimação dos requeridos para que se pronunciem
em cinco dias, a partir da notificação.
Segundo ela, é "imprescindível a oitiva preliminar dos réus, em homenagem aos princípios do contraditório e da ampla defesa".
A
juíza ainda não despachou no processo aberto pela Defensoria Pública da
União. Nesta quarta, integrantes do órgão vão pedir a ela que decida
com mais celeridade, antes do domingo, para que não haja "prejuízo ao
objeto da ação".
O defensor público Alexandre Mendes argumenta que
a União já está ciente da ação, tanto que apresentou uma petição na
terça (26) com pedido para se manifestar.
Consultada pela reportagem, a AGU (Advocacia-Geral da União) não se pronunciou sobre o caso.
As ações na Justiça foram apresentadas após o porta-voz da
Presidência, general Otávio Rêgo Barros, afirmar na segunda (25) que o
presidente, capitão reformado do Exército, determinou ao Ministério da
Defesa que seja comemorado o 31 de março nos quartéis.
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