sábado, 16 de março de 2019

100 anos de prisão para acusados pela morte do menino Bernardo

Pai, madrasta e outros dois réus são condenados pela morte do menino Bernardo

Tribunal do Júri considerou Leandro Boldrini, Graciele Ugulini e Edelvânia e Evandro Wirganovicz culpados. Cabe recurso. 

Menino foi morto há cinco anos por conta de uma superdosagem de medicação e teve o corpo enterrado em uma cova no interior de Frederico Westphalen.


O Conselho de Sentença do Tribunal do Júri condenou nesta sexta-feira (15) os quatro acusados pela morte do menino Bernardo Uglione Boldrini, em abril de 2014. Após cerca de 50 horas de julgamento popular, em cinco dias, a sentença foi proferida pela juíza Sucilene Engler Werle por volta das 19h no Foro de Três Passos, no Noroeste do Rio Grande do Sul.

Veja as penas

  • Graciele Ugulini, madrasta de Bernardo, teve a pena mais alta: 34anos e sete meses de reclusão em regime inicialmente fechado, por homicídio quadruplamente qualificado e ocultação de cadáver. Ela não poderá recorrer em liberdade.
  • Leandro Boldrini, pai da criança, recebeu 33 anos e oito meses de prisão por homicídio doloso quadruplamente qualificado, ocultação de cadáver e falsidade ideológica.
  • Edelvânia Wirganovicz, amiga de Graciele, foi condenada a 23 anos por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver.
  • Evandro Wirganovicz, irmão de Edelvânia, pegou nove anos e seis meses em regime semiaberto por homicídio simples e ocultação de cadáver.
Cabe recurso (entenda abaixo). Os quatro já estavam presos e retornariam às penitenciárias após o julgamento.
Juíza Sucilene lê o veredito do caso Bernardo — Foto: Reprodução/TJ-RS
Juíza Sucilene lê o veredito do caso Bernardo — Foto: Reprodução/TJ-RS

Resumo

  • Bernardo foi morto no dia 4 de abril de 2014, e enterrado em uma cova cavada à mão.
  • O menino morava com o pai, Leandro Boldrini, e a madrasta, Graciele Ugulini.
  • O corpo foi encontrado na noite de 14 de abril de 2014LeandroGraciele e Edelvânia Wirganovicz, amiga de Graciele, foram presos no dia.
  • A investigação apontou superdosagem do medicamento Midazolam como a causa. Os três foram indiciados.
  • No dia 10 de maio de 2014, o irmão de Edelvânia, Evandro Wirganovicz, também foi preso.
  • A polícia divulgou vídeos de brigas entre Bernardo, Leandro e Graciele, e também conversas de familiares sobre o crime.
  • A denúncia do Ministério Público apontou que Graciele ministrou o remédiocom ajuda de Edelvânia. Leandro foi apontado como mentor e Evandro, como cúmplice.
  • Já na condição de réus, Leandro, Graciele e Edelvânia e Evandro foram pronunciados ao Tribunal do Júri.

Recurso

As partes podem recorrer da decisão, porém, o recurso não poderá passar uma condenação para absolvição e vice-versa. Para isso, seria necessário um novo julgamento popular.
Os desembargadores, que julgam os recursos, não podem reformar o entendimento do Tribunal do Júri, que é soberano, mas podem modificar a pena aplicada pela juíza. Também pode haver pedido de anulação do Júri. Se ninguém recorrer, em cinco dias a decisão será definitiva.
O Conselho de Sentença do Tribunal do Júri, que define se os réus são culpados ou inocentes, é formado por sete jurados, escolhidos dentre um grupo de 25 pessoas da comunidade já convocadas pela Justiça. No caso Bernardo, a avaliação coube a cinco homens e duas mulheres.
A partir da decisão dos jurados, a juíza que preside o Júri é quem aplica a pena e faz a leitura da sentença.

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