Sirenes não foram acionadas por 'velocidade' do rompimento da barragem
Justificativa foi dada pela Vale em comunicado para a BBC News
© Reuters / Adriano Machado
A Vale informou que os
alertas sonoros da mina Córrego do Fundão, em Brumadinho (MG), não foram
acionadas após "devido à velocidade" em que ocorreu o rompimento da
barragem principal, na última sexta-feira (25), que tinha 11,7 milhões
de metros cúbicos de rejeito de minério de ferro.
"Devido à velocidade com que ocorreu o evento, não foi
possível acionar as sirenes relativas à barragem 1", afirmou empresa de
mineração, em comunicado à BBC News Brasil.
Para
o professor de Engenharia de Minas da Universidade de São Paulo (USP),
Sergio Medici de Eston, esta justificativa é "brincadeira", pois existe
tecnologia para que sirenes de alerta sejam acionadas em qualquer
circunstância de emergência, seja qual for a velocidade do evento.
"A
sirene não é para tocar só quando a barragem cai. A sirene pode tocar
quando a coisa começa a ficar crítica, às vezes semanas antes, para as
pessoas ficarem em alerta. É como em um teatro: antes do início da peça,
há um primeiro alarme, depois um segundo, até chegar o alarme final",
explica o especialista.
A Vale disse ainda que as sirenes de
barragens adjacentes à principal "foram acionadas". No entanto, todos os
moradores de Brumadinhos ouvidos pela BBC garantem que os alertas não
tocaram no dia da tragédia.
Os alertas sonoros da mina Córrego do
Feijão tocaram apenas na manhã de domingo, dois dias após a tragédia. O
aviso indicava o perigo de rompimento de uma barragem adjacente - o que
apontava para o bom funcionamento do sistema.
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