Juíza federal da Comarca de Brumadinho diz que prisão de engenheiros é necessária para investigação
A juíza federal da Comarca de Brumadinho, Perla Saliba Brito, considerou a prisão temporária de três funcionários da Vale diretamente envolvidos no licenciamento da barragem que
se rompeu em Brumadinho e a prisão de dois engenheiros terceirizados,
que atestaram a estabilidade do empreendimento, “imprescindível” para as
investigações. “Trata-se de apuração complexa de delitos, alguns,
perpetrados na clandestinidade”.
A magistrada destacou que os
documentos demonstram a existência de indícios de autoria ou
participação dos representados nas infrações penais de falsidade
ideológica, crimes ambientais e homicídios, “crimes estes punidos com
penas de reclusão”.
Em outro ponto da decisão, ela cita que a
tragédia demonstrou não corresponder ao teor dos documentos, “não sendo
crível que barragens de tal monta, geridas por uma das maiores
mineradoras mundiais, se rompam repentinamente, sem dar qualquer indício
de vulnerabilidade”.
“Convém salientar que especialistas afirmam
que há sensores capazes de captar, com antecedência, sinais do
rompimento, através da umidade do solo, medindo de diferentes
profundidades o conteúdo volumétrico de água no terreno e permitindo aos
técnicos avaliar a pressão extra provocada pelo peso líquido, o que nos
faz concluir que havia meios de se evitar a tragédia”, concluiu a
juíza.
Agência Brasil
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