Em carta no presídio, facção criminosa PCC ordena morte de promotor de Justiça
Agentes
penitenciários voltaram a encontrar uma carta com referências ao
assassinato do promotor de Justiça Lincoln Gakyia, que investiga a
facção criminosa PCC, e ao coordenador dos presídios da região oeste do
estado de São Paulo, Roberto Medina. Também são citados os nomes de Luiz
Fernando Negrão Bizzoto, diretor-geral da Penitenciária 2 de Presidente
Venceslau, que abriga os chefes da facção, e de Maurício Moreira Souza,
diretor de Segurança e Disciplina da Penitenciária 1 de Presidente
Venceslau.
O manuscrito foi apreendido na segunda-feira (21) na Penitenciária de Junqueirópolis e estava pronto para ser criptografado.
Investigadores
identificaram os responsáveis pelas ordens. São os presos Bruno
Henrique Pessoa dos Santos, conhecido como Capoeira, e Carlos Alberto
Damásio, o Fumaça, apontado pela Inteligência da Secretaria da
Administração Penitenciária como “sintonia geral do sistema”, o
responsável por transmitir informações da cúpula da facção para toda a
massa carcerária.
No trecho sobre o promotor, a carta diz: “o
promotor japonês continua a mesma fita. Ele tá dando uma sorte danada,
fiquei sabendo que vocês quase pegaram ele no trânsito, mas é isso mesmo
meus parceiros, só tenho a agradecer a atenção que vocês estão dando,
arriscando a vida de vocês pela nossa luta é nossa causa”.
Em
outro trecho, os criminosos explicam como deve ser o planejamento para
atacar o coordenador de presídios Roberto Medina e o diretor Luiz
Bizzoto.”Eu entendi tudo sobre o mapa, mas voces têm que montar por
ordem: placam cor do carro, horários, rua, número da casa. É a mesma
fita, monta o maoa e manda pros responsável (sic)”.
Sobre o
diretor Maurício Souza, a carta diz: “já tá tudo no pente, é só
executar. Esse cara tá tirando, tá duvidando das nossas forças, pode pá
matando ele. Os outros não vão pagar pra ver”.
A carta apreendida
agora vai ser anexada ao inquérito que apura os autores das ameaças
feitas ao promotor Lincoln Gakyia e ao coordenador de presídios Roberto
Medina, em dezembro do ano passado.
O Ministério Público Estadual
deve pedir nos próximos dias que os dois presos sejam internados no RDD,
o Regime Disciplinar Diferenciado, em Presidente Bernardes. Promotores
também avaliam pedir a remoção dos dois para um presídio federal.
Outras cartas
Em
dezembro do ano passado, a Polícia Militar também apreendeu cartas do
Primeiro Comando da Capital (PCC) que revelavam um plano para matar o
promotor que combate a facção no interior de São Paulo e o coordenador
dos presídios da região oeste. As cartas foram escritas de forma
codificada e foram interceptadas com duas mulheres de presos no dia 8 de
dezembro em Presidente Venceslau.
Na ocasião, o Ministério
Público criou uma força-tarefa para investigar as ameaças e reforçou a
segurança pessoal de Lincoln Gakiya, que atua no Grupo de Atuação
Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), em Presidente Prudente.
A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) informou que tomou
medidas de segurança para o funcionário Roberto Medina.
G1
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