Ordens de ataques no Ceará vêm de dentro de prisões, diz Guilherme Theophilo
Segundo o secretário Nacional de Segurança Pública, atos têm ligação com brigas entre facções criminosas
© Antonio Cruz/Agência Brasil
O secretário Nacional de
Segurança Pública, Guilherme Theophilo, afirmou que as ordens dos atos
de violência no Ceará são emitidas de dentro dos presídios e têm ligação
com brigas entre facções criminosas.
Fortaleza e cidades da região metropolitana sofreram com a
segunda madrugada de ataques contra prédios públicos, agências bancárias
e ônibus.
"Esse episódio também tem a ver [com brigas entre
facções criminosas]. A ordem vem de dentro dos presídios", disse
Theophilo, em entrevista nesta sexta-feira (4).
Os episódios ocorreram
depois de o governador Camilo Santana (PT) anunciar que uma das
prioridades de seu segundo mandato será endurecer as regras em
presídios, que hoje têm unidades divididas entre facções criminosas: as
três mais fortes no estado são o PCC (Primeiro Comando da Capital) e GDE
(Guardiões do Estado), que são aliados, e o CV (Comando Vermelho).
"Só
tem mais violência onde há disputa entre facções por território. Há
ainda uma disputa muito grande lá por território, por isso a violência
no Ceará está muito grande. Nós tivemos recentemente uma chacina lá em
modus operandi nunca antes visto", afirmou, dizendo que há um setor de
inteligência no local alimentando as autoridades de informações.
Theophilo
ainda disse que a facilidade de entrada de celulares nos presídios
facilita a comunicação e que o ministério vai trabalhar em cima desse
problema.
O ministro da Justiça, Sergio Moro, autorizou mais cedo o
envio de tropas da Força Nacional para o local, para tentar ajudar a
conter a onda de violência.
A equipe mobilizada conta com cerca de 300 homens e 30 viaturas, de acordo com informações do ministério.
Moro já havia determinado providências na noite de quinta.
"Isso
é um trabalho de inteligência, não podemos desperdiçar o trabalho da
tropa. O estudo indicou que havia necessidade", explicou, sobre a
autorização da Força Nacional ter saído apenas nesta sexta.
"Se era esperado [a onda de violência], era porque estamos herdando vários estados da federação quebrados", disse.
A determinação é a de que as tropas fiquem lá por 30 dias, mas pode haver prorrogação do prazo, se houver necessidade.
O
secretário escolhido por Moro foi candidato ao governo do Ceará pelo
PSDB. Ele disputou e perdeu para Camilo Santana (PT), que conseguiu se
reeleger.
"Não tem nada a ver. Minha candidatura foi um pedido do senador Tasso
Jereissati (PSDB). Nunca tive vontade de ser político. Sou amigo
particular de todo o pessoal lá. Eu que ofereci a Força Nacional. Mas
nós vamos fazer isso com todos os estados", respondeu, sobre seu passado
recente.
Notícias ao Minuto com informações da Folhapress
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