Nova equipe econômica do novo governo pretende anunciar medidas a cada dois dias
As iniciativas são consideradas como um "aquecimento e aperitivo" enquanto se espera a volta do Congresso Nacional para o envio das propostas mais "fortes"
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Poucas horas antes da
cerimônia de posse do presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Economia,
Paulo Guedes, trabalhava na análise de seis a sete medidas baixadas
pelo ex-presidente Michel Temer que serão revisadas pelo novo governo. A
decisão unânime da Câmara de Comércio Exterior (Camex) de abrir a
economia com a redução da tributação para bens de capital, informática e
telecomunicações importados será um dos alvos dessa reavaliação inicial
da equipe econômica.
A estratégia será anunciar "de dois em dois dias" alguma
medida de interesse direto da população e das empresas, com foco na
simplificação de tributos e desregulamentação da economia. As
iniciativas são consideradas como um "aquecimento e aperitivo" enquanto
se espera a volta do Congresso Nacional para o envio das propostas mais
"fortes", entre elas a da reforma da Previdência - apontada como a
"batalha maior" e prioridade número.
Segundo
apurou o Estadão/Broadcast, Guedes quer fazer uma abertura comercial
começando em ritmo mais devagar nos primeiros anos. O modelo será
diferente do proposto pelo seu antecessor no cargo, Eduardo Guardia, e
aprovado nos últimos dias de governo pela Camex, que prevê uma redução
linear do Imposto de Importação (II) de uma média de 14% para 4% em
quatro anos (um pouco a cada ano), como revelado no Estado no último
sábado. A inclusão de última hora da análise da medida na pauta da Camex
foi bastante criticada pela indústria nos últimos dias.
A decisão
de abrir a economia brasileira nos próximos anos está tomada, segundo
uma fonte do governo, mas, antes, a equipe de Guedes quer adotar as
medidas de simplificação. O próprio Bolsonaro reforçou a necessidade de
abertura no discurso de posse.
Guedes
passou a manhã de 1º de janeiro no hotel onde está hospedado com a
família em Brasília. Conversou, por telefone, com auxiliares sobre a
revisão das medidas de Temer. Foi tietado por apoiadores de Bolsonaro e
posou para selfies durante e depois do café da manhã.
A
interlocutores, afirmou que não fará uma divulgação de "pacote", mas
adotará um processo contínuo de desregulamentação, simplificação,
redução dos tributos e diminuição da interferência do Estado na vida dos
brasileiros.
A ideia é começar implementando medidas que não
dependam de aprovação do Congresso, entre elas a eliminação de
exigências cartoriais e comprovações de informações, que poderão ser
autodeclaradas, como já ocorre com o Imposto de Renda da Pessoa Física.
A
visão que a nova equipe quer transmitir é de que o governo não é o
"salvador" e que, quanto menor a interferência do Estado, melhor para os
cidadãos e para as empresas.
O
governo também vai focar em medidas para combater "ralos" nas contas
públicas, incluindo o INSS. A estratégia é promover alguns ajustes
atacando fraudes em benefícios, rebatendo o discurso de que o governo
vai penalizar o mais pobre ao tentar emplacar novamente mudança nas
regras de aposentadoria e pensão no País.
Discurso
A cerimônia de transmissão de cargo no ministério será realizada esta
tarde. Os temas "prosperidade" da economia e reforma serão destaques no
discurso de Guedes, que vai enfatizar o que espera de cada secretaria
especial do novo Ministério da Economia - resultado da fusão entre
Fazenda, Planejamento, Indústria, além de parte do Ministério do
Trabalho.
Notícias ao Minuto com informações do Estadão Conteúdo
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