Defesa diz que João de Deus vai se entregar à polícia, mas não respeitará prazo
Polícia Civil estabeleceu que o médium teria que se entregar até as 14h deste sábado

© Marcelo Camargo/Agência Brasil
Os advogados de defesa do
médium João Teixeira de Faria, 76, conhecido como João de Deus, disseram
que ele vai se entregar à polícia espontaneamente, mas que isso não deve acontecer antes das 14h deste sábado.
Este é o prazo estabelecido pela Polícia Civil. Após esse
horário, o médium, suspeito de ter abusado sexualmente de mulheres
durante atendimentos espirituais, será considerado foragido.
A
defesa também informou que já apresentou um pedido de habeas corpus na
tentativa de revogar o pedido de prisão temporária, feito pelo
Ministério Público de Goiás e aceito pela Justiça na sexta (14).
"A
defesa não esperará o habeas corpus. Apenas não se submeterá ao prazo
para apresentação que, no entanto, se dará e de forma espontânea", disse
o advogado Alberto Toron.
Para tentar cumprir o
mandado policiais chegaram a procurá-lo em Goiás, Anápolis e Abadiânia
- cidade onde ele prestava os atendimentos-, mas não tiverem êxito. Mais
de 20 locais foram visitados em busca do paradeiro do suspeito. A defesa
de João havia dito que o médium iria apresentar-se voluntariamente
ainda na sexta, o que não aconteceu.
O médium nega as
acusações. Nesta sexta, seus advogados afirmaram que a ordem de prisão
preventiva é ilegal e injusta. Segundo eles, "apenas alguns depoimentos,
de poucas vítimas, acompanham o pedido de prisão preventiva, ainda
assim, sem os seus nomes".
Os casos de abuso sexual vieram a público após 13 mulheres relatarem as denúncias no sábado (8) durante o programa Conversa com Bial, da TV Globo, e ao jornal O Globo.
Na
segunda (10), Aline Saleh, 29 contou sua história à Folha de
S.Paulo: "Quem tem de sentir vergonha é ele, e não eu". Ela diz que, em
2013, esteve na casa e que foi levada para um banheiro, posta de costas e
que João de Deus colocou a mão dela em seu pênis.
No início da
semana a Promotoria chegou a criar uma força-tarefa para recolher as
inúmeras denúncias de abusos sexuais contra o médium.
Segundo
a Promotoria, 335 contatos já foram recebidos, com mensagens
principalmente por email, incluindo também outros seis países (Alemanha,
Austrália, Bélgica, Bolívia, Estados Unidos e Suíça).Também foram
colhidos os depoimentos de 30 pessoas nos Ministérios Públicos de São
Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Espírito
Santo.
Em comum, a maioria das mulheres diz que recebeu um aviso
para procurar o médium em seu escritório ao fim das sessões em que
ele atende aos fiéis.
No local, segundo as vítimas, João de Deus
dizia que elas precisavam de uma "limpeza espiritual" antes de abusá-las
sexualmente. Entre as vítimas estariam mulheres adultas, crianças e
adolescentes.
O promotor Luciano Miranda Meireles afirmou que os
depoimentos podem ser a úncia forma de comprovar as acusações, já que
crimes como estupro não ocorrem à luz do dia nem têm testemunhas.
Notícias ao Minuto com
informações da Folhapress
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