sábado, 29 de dezembro de 2018

Anulação da eleição da mesa diretora da Câmara de Vereadores de Tavares 'embola meio de campo' da sucessão municipal

VEREADOR DIZ QUE ANULAÇÃO DA ELEIÇÃO DA MESA DIRETORA DA CÂMARA DE TAVARES NÃO TEVE ILEGALIDADES E FOI "GOLPE"

Edson de Benício (no detalhe à esquerda) quer voltar a presidir à Câmara Municipal de Tavares, enquanto isso a vereadora Socorrinha (centro) quer permanecer no comando da Casa
A anulação da eleição ocorrida na sessão realizada em 1º de janeiro de 2017, por meio do Requerimento Legislativo 01/2017, que havia escolhido os membros da mesa diretora da Câmara Municipal de Tavares, no Sertão da Paraíba, para o biênio 2019/2020, promete desdobramentos imprevisíveis na política local para sucessão municipal vindoura. Quem viver, pois, verá.
Além do ato de anulação proposto através do Projeto de Resolução 001/2018, em decisão tomada na última quarta-feira (26) pela maioria dos membros do Poder Legislativo, também ficou marcada uma nova eleição para a próxima segunda-feira, dia 31 de dezembro, em sessão extraordinária que será realizada às 09h00.
Ao fazer uso da palavra, durante a polêmica sessão de quarta-feira, o vereador Edson de Benício, que havia sido eleito presidente na eleição anulada, taxou como "golpe" a decisão tomada e afirmou não existir ilegalidade alguma na eleição ocorrida em 1º de janeiro de 2017, questionada por inobservância de procedimento estabelecido no Regimento Interno da Câmara de Vereadores e da Lei Orgânica do Município.
Cinco vereadores foram favoráveis à anulação da eleição, número suficiente para aprovação do Projeto de Resolução 001/2018, enquanto quatro votaram contra. 
Pela anulação se posicionaram os vereadores Pablo Dantas, Luiz da Telpa, Lenira Almeida, Graça do Silvestre e a atual presidente da Casa, Socorrinha. 
Contrários, votaram Edson de Benício, Wilson do Silvestre, Ledinha de João de Cosme e Marcelo de Zeca.
Embora a eleição tenha sido anulada pelos vereadores de Tavares, no mesmo sentido já existia uma sentença do juiz de direito Pedro Davi Alves Vasconcelos, da Primeira Vara Mista de Princesa Isabel, prolatada nos autos do processo eletrônico 0800311-11.2017.8.15.0311, ainda aguardando julgamento de um Recurso Apelatório no Tribunal de Justiça da Paraíba.
O inusitado desse imbróglio todo são os posicionamentos assumidos por alguns vereadores, ora atendendo os interesses políticos do chefe do poder executivo municipal ora ao lado dos parlamentares que compõem o bloco oposicionista liderado pelo empresário Coco de Odálio, candidato a prefeito no pleito de 2016.
A começar por Edson de Benício, vereador eleito pela oposição, que, logo após ser empossado, aderiu ao prefeito Aílton Suassuna, recentemente afastado do cargo. Comentários indicam, no entanto, que a escolha de Edson de Benício em 2017 para presidir o legislativo tavarense fazia parte das negociações para que o mesmo aderisse ao prefeito, que precisava constituir maioria de dois terços na Câmara.   
Já a atual presidente, cujo nome sempre foi lembrado para suceder em 2020 o prefeito afastado, surpreendeu a todos e formou maioria com a oposição para anular à eleição que escolheu Edson de Benício para comandar o legislativo. De acordo com informações, Socorrinha pretende continuar no comando da Casa com o apoio dos vereadores de oposição.  
O fato mais curioso ainda ficou por conta do vereador Marcelo de Zeca, que além de ter votado em 2017 contra a antecipação da eleição da mesa diretora para o biênio 2019/2020, também subscreveu Ação Anulatória ajuizada na Comarca de Princesa Isabel com a mesma finalidade, e agora votou contra a anulação. Dá pra entender?
Acrescente-se ao que aqui foi exposto, o recente afastamento do prefeito Aílton Suassuna pela Justiça e a consequente ascensão do vice-prefeito Luiz Poeta à chefia do poder executivo, cujos desdobramentos são imprevisíveis, conforme foi dito antes.
Se falta coerência nos vereadores citados, portanto, interpretações diversas sobre o pleito sucessório de 2020 em Tavares é o que não falta!

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