Não há espaço para retroceder, diz Michel Temer a Jair Bolsonaro em cartilha
Em
longa cartilha entregue nesta quarta-feira (7) a Jair Bolsonaro, o
presidente Michel Temer mandou recados ao seu sucessor ao Palácio do
Planalto.
No
documento de 245 páginas, ele ressalta que não há espaço para
retroceder no país, destaca que a reforma previdenciária está pronta
para ser votada e defende importância do Mercosul.
“Nós temos um novo Brasil, mais forte, mais otimista. Não há espaço para retroceder. As mudanças precisam continuar”, observou.
Na
semana passada, o economista Paulo Guedes, braço direito do presidente
eleito, disse que o Mercosul não é a prioridade da política externa do
próximo governo.
Em linha oposta,
Temer ressaltou que, nos últimos três anos, o Brasil deu um tratamento
diferenciado aos vizinhos sul-americanos e fortaleceu o bloco comercial,
chamado de “principal iniciativa de integração” do país.
“O
governo brasileiro tem promovido, em conjunto com os demais sócios do
Mercosul, o resgate da vocação original do bloco: o livre comércio, a
democracia e os direitos humanos”, afirmou.
Temer
observou ainda na cartilha que a aprovação da reforma previdenciária é o
“grande desafio posto ao futuro do país” e ressaltou que a proposta não
saiu da “pauta política do pais”.
Na
tentativa de criar um legado na área, o presidente tem tentado
convencer seu sucessor a votar a proposta na Câmara dos Deputados ainda
neste ano. O assunto foi inclusive tratado nesta quarta-feira (7) em
conversa reservada entre os dois.
“A
própria reforma da Previdência, responsável maior pelo déficit público,
saiu da pauta legislativa, mas não da pauta política do país. Ela será
feita, inevitavelmente, graças a este governo”, disse.
No
material, Temer destacou ainda a importância de pautas na área dos
direitos humanos, como a criação de cota racial na administração pública
e a proteção da população LGBT.
Bolsonaro
já se posicionou contra as cotas raciais nas universidades públicas e
defendeu a diminuição do percentual inclusive para concursos públicos.
Ele também disse que vai acabar com o “coitadismo” em relação a
homossexuais.
Na conversa privada,
realizada no Palácio do Planalto, Temer se mostrou favorável a apoiar
propostas em tramitação defendidas por Bolsonaro e mudanças no texto
orçamentário para 2019.
Os dois
ficaram de marcar uma nova conversa nas próximas semanas para discutir
melhor a pauta legislativa.
Fonte: noticias ao minuto com informações da Folhapress
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