Após prometer 15, Bolsonaro diz que número de ministérios não “chega a 20”
O
presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), afirmou que o número total de
ministérios em seu governo não deverá ser superior a 20, mas evitou
definir um número em entrevista nesta terça-feira (27).
Segundo
Bolsonaro, a estrutura do novo governo deverá ser apresentada na
quarta-feira (28) pelo futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
“Não vai chegar a 20 não, tá? 20 [ministérios] no máximo ali”, disse Bolsonaro, ao ser questionado por jornalistas.
A
ideia inicial anunciada por Bolsonaro ainda durante a campanha era ter
15 ministérios. Hoje, o governo Michel Temer conta 29 ministros, entre
chefes de pastas e outros cargos com status ministerial, como os
responsáveis pela AGU (Advocacia-Geral da União) e pelo Banco Central.
Segundo
Bolsonaro, não será possível atingir o número de 15 ministérios pois
foi preciso manter algumas pastas para preservar a qualidade da gestão,
além de órgãos que por lei deverão manter o status de ministério.
“Porque
a gente vai vendo, por uma governabilidade até, nós não podemos
sobrecarregar demais uma pessoa num ministério, então refizemos alguma
coisa e, no meu entender, [teremos] metade do que temos atualmente com
toda a certeza”, disse Bolsonaro, talvez se referindo ao número de
ministérios em governos anteriores, que já chegou a ser de 39 pastas no
governo da presidente Dilma Rousseff (PT), por exemplo.
Segundo Bolsonaro, a ideia é manter os responsáveis pela AGU e pelo Banco Central com status de ministro.
“[Foi]
onde nós nos perdemos um pouquinho, queríamos 15 ministérios, e alguns
por questão de funcionalidade, nós tivemos que manter o status de
ministério”, disse.
O chefe do Banco Central deverá manter o
status de ministro até que a independência da autoridade monetária seja
aprovada pelo Congresso Nacional.
Toma lá, dá cá
Com a
indicação de nomes de fora da política partidária para alguns dos
ministérios, o pesselista disse pretender por fim ao modelo de trocar
cargos no governo por votos no Congresso.
“O modelo que vigora
ainda, de ministérios por votos, não deu certo, mergulhou o Brasil numa
ineficiência e mergulhou numa corrupção, os parlamentares mesmo não
querem mais isso, porque alguns foram levados para o olho do furacão no
vácuo, não queriam estar lá”, disse.
“E grande parte deles, todos
com quem temos conversado, acham que o modelo que temos adotado não é o
que pode dar certo, é o que tem que dar certo”, afirmou Bolsonaro.
Novos indicados
Bolsonaro
disse esperar confirmar nesta quarta a indicação do futuro ministro do
Meio Ambiente. Ele disse que tem conversado com duas pessoas e que o
cargo não deverá ser ocupado por um militar, como em outros postos
importantes do futuro governo.
“Meio ambiente, apesar de eu ser verde, não será [um] militar”, disse, em tom descontraído.
A
pasta foi alvo de polêmica após a repercussão negativa da intenção de
fundir suas atribuições ao Ministério da Agricultura, ponto do qual o
Bolsonaro recuou.
O
futuro presidente também confirmou que deverá ser criado um ministério
para reunir atribuições ligadas à área social, mas evitou responder se a
pasta se chamaria Ministério da Cidadania, conforme perguntado por um
jornalista.
“Vai ter um ministério que vai envolver tudo isso aí: mulher, igualdade racial”, disse.
Bolsonaro também evitou confirmar qual será a atribuição e o status do Ministério do Trabalho no futuro governo.
“O [ministério
do] Trabalho ninguém vai mexer na legislação trabalhista, todos os
direitos estão garantidos, se vai ser ministério ou não é outra
história”, afirmou.
Fonte: Uol - Publicado por: Gerlane Neto
Nenhum comentário:
Postar um comentário