Operação República: Secretário de Finanças de Tavares é preso e prefeito, seu irmão, é indiciado por cobrar propina de fornecedor na compra de dois carros
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Michael Suassuna e Aílton Suassuna, secretário de Finanças e prefeito do município de Tavares, respectivamente |
Aílton Suassuna é acusado de ter cobrado propina para a liberação de pagamentos a fornecedores na prefeitura de Tavares.
O
prefeito de Tavares, Aílton Suassuna (MDB), e o irmão dele, o
secretário de Finanças do Município, Michael Suassuna, foram os alvos da
Operação República, nesta quarta-feira (14). O secretário foi preso e o
prefeito foi indiciado. Eles são acusados de ter cobrado propina como
condição para o pagamento pela aquisição de dois veículos pela
administração municipal.
A ação foi autorizada pelo desembargador
Arnóbio Alves Teodósio, relator do caso no Tribunal de Justiça. A
denúncia foi formulada pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB), com
base em investigação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime
Organizado (Gaeco). O órgão, após denúncia formulada pelo dono da
concessionária, montou uma operação controlada para flagrar a tentativa
de extorsão. A ação, batizada de Operação República, contou com
participação também da Delegacia Especializada de Combate ao Crime
Organizado (Deccor).
Em
depoimento ao Gaeco, o dono de uma rede de concessionárias do Sertão
revelou que venceu uma licitação promovida pelo município de Tavares. O
pregão presencial ocorreu no dia 11 de outubro deste ano. O empresário
relatou que no dia em que foi divulgado o resultado do certame, um
funcionário da empesa dele, representante na audiência, relatou ter sido
procurado pelo prefeito.
Durante a conversa, o gestor do
município, pessoalmente, teria pedido o pagamento de propina para
“facilitar” o pagamento. Os veículos em questão eram dois carros modelo
Spin, da Chevrolet, no valor de R$ 78,9 mil, cada um. Ao ser informado
de que a empresa não trabalhava com o pagamento de vantagens, o
prefeito, segundo o relato do delator, teria pedido o contato do dono da
concessionária para contato pessoal.
Provas
repassadas ao Ministério Público mostraram que o prefeito teria enviado
mensagem pelo aplicativo WhatsApp para o empresário dizendo que
gostaria de tratar pessoalmente da desobstrução do pagamento. Os carros
foram adquiridos pela concessionária para a entrega, tal qual o previsto
pela licitação.
As notas fiscais foram emitidas e a entrega
ocorreria na sexta-feira (9), mas ela não foi possível naquele dia.
Aílton Suassuna, no entanto, em novo contato pelo aplicativo de
compartilhamento de mensagem reafirmou a necessidade da conversa. Teria
dito, então, que enviaria para o encontro a irmã, Maévia Pouline
Suassuna Porto, secretária de Controle Interno da prefeitura.
A
pessoa encaminhada para o encontro, no entanto, foi o secretário de
Finanças, Michael Suassuna, também irmão do prefeito. Por meio de
operação controlada, que incluiu a captação de áudio, o Ministério
Público conseguiu flagrar conversa. Após a negociação de R$ 2 mil em
propina, revela a investigação, Suassuna teria liberado o pagamento das
faturas referentes à compra dos carros.
Os extratos do pagamento,
apresentados pelo empresário delator, mostram a assinatura eletrônica do
secretário e do prefeito. O pagamento da suposta propina ficou acertado
para o período da tarde desta quarta-feira (14). Primeiro ficou acertado
que o dinheiro seria recolhido por um terceiro, mas Michael entrou em
contato com o empresário dizendo que ele mesmo faria a coleta.
O
secretário de Finanças foi preso em flagrante, após o recebimento do
dinheiro pago pelo empresário, em Patos. A partir daí teve início a
procura pelo prefeito, que se apresentou à polícia horas depois. Entre
as acusações que pesam contra os dois estão crimes de responsabilidade
de prefeito municipal, peculato, concussão, corrupção passiva e
organização criminosa.
Fonte:
https://blogs.jornaldaparaiba.com.br/suetoni/2018/11/15/operacao-republica-prefeito-e-secretario-de-tavares-sao-presos-por-suposta-cobranca-de-propina/
Créditos: suetoni - Publicado por: Gutemberg Cardoso
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