Agora exonerado, Sérgio Moro deve integrar equipe de transição do governo de Bolsonaro
O
futuro ministro da Justiça, Sergio Moro, que hoje se exonerou do cargo
de juiz da Operação Lava Jato, deve assumir uma vaga formal na equipe de
transição do governo de Jair Bolsonaro (PSL), segundo integrantes da
nova gestão. Os membros do time de transição trabalham no CCBB (Centro
Cultural Banco do Brasil), em Brasília, e recebem salários de até R$ 16
mil mensais.
Ao fazer seu pedido de exoneração, Moro disse que
continuou como juiz e optou por tirar férias para garantir o sustento de
sua família em caso de algum incidente daqui até janeiro. Mencionou
sofrer ameaças. Como magistrado titular da 13ª Vara Federal de Curitiba,
seu salário e benefícios lhe renderam um contracheque de R$ 43 mil
brutos em outubro, segundo dados do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
O
time de Bolsonaro conseguiu uma “vaga” de ministro extraordinário no
governo de Michel Temer (MDB) para Onyx Lorenzoni. O posto oferece
salário de pouco mais de R$ 30 mil, mas Onyx já é remunerado com valor
semelhante por ser deputado federal. Moro não poderia ser nomeado como
um segundo ministro extraordinário segundo fontes da equipe do
presidente eleito. Deverá ser lotado em algum cargo de DAS (Direção e
Assessoramento Superior), com valor máximo de R$ 16 mil, menos da metade
do que recebeu no mês passado.
O presidente da Ajufe (Associação
dos Juízes Federais), Fernando Mendes, disse que considera “natural” a
possibilidade de Moro assumir uma vaga na transição e mesmo se tornar um
segundo ministro extraordinário.
“Seria uma coisa natural. Sergio
Moro, dentro do que se anuncia, vai ser um dos principais nomes do
governo, no Ministério da Justiça”, avaliou. “Vai ter uma
responsabilidade muito grande nessa pauta de combate à corrupção. Não
surpreenderia, a partir do momento em que ele está fora da magistratura e
sendo ele um ministro importante, que ele desde logo já comece a
trabalhar nessa pautas.”
Moro
disse na carta ao presidente do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª
Região), Thompson Flores, que era “relevante” permanecer como magistrado
neste fim de ano. “Embora a permanência na magistratura fosse relevante
ao ora subscritor por permitir que seus dependentes continuassem a
usufruir de cobertura previdenciária integral no caso de algum
infortúnio, especialmente em contexto no qual há ameaças, não pretendo
dar azo a controvérsias artificiais, já que o foco é organizar a
transição e as futuras ações do Ministério da Justiça”, explicou o
futuro ministro em seu pedido.
Fonte: Uol - Publicado por: Gerlane Neto
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