Justiça volta a mandar prender operador do esquema da Máfia do ISS, de São Paulo
Luís Alexandre Cardoso de Magalhães foi flagrado pelo Ministério Público Estadual fraudando a administração judicial de bens

© Reprodução
A juíza Luciene Jabur
Mouchaloite Figueiredo, da 21ª Vara Criminal de São Paulo, voltou a
determinar a prisão do ex-fiscal da Secretaria Municipal da Fazenda Luís
Alexandre Cardoso de Magalhães, apontado como operador do esquema
conhecido como Máfia do Imposto Sobre Serviço (ISS) - e já preso duas
outras vezes desde 2013. O fiscal já foi condenado, em primeira
instância, a 43 anos de prisão. Ele foi detido na manhã desta
terça-feira, 27.
Desta vez, segundo a decisão que determinou a nova prisão,
Magalhães foi flagrado pelo Ministério Público Estadual fraudando a
administração judicial de bens. O patrimônio que, segundo o MPE, ele
constituiu usando o dinheiro público que desviou para si, está
sequestrado pela Justiça.
Mas
Magalhães "de forma escancarada", segundo a juíza, ainda se beneficiava
desses bens, "assinando contratos de locação, recebendo aluguéis,
locupletando-se das rendas produzidas por seus bens" que, ainda segundo
Luciene, "deveriam reverter para a garantia de recomposição dos
prejuízos causados por seus crimes".
Uma investigação do Grupo
Especial de Combate a Delitos Econômicos (Gedec) do MPE apurou que o
fiscal ainda se aproveitava da renda dos imóveis que deveriam estar
sequestrados. A juíza determinou a troca do administrador legal, que
havia sido encarregado de zelar pelos bens, mas não evitou que Magalhães
ignorasse as decisões que continuasse usando o patrimônio sequestrado.
Em
2013, o ex-fiscal havia sido o primeiro, de um grupo de quatro agentes
públicos presos, a topar fazer delação premiada e entregar o esquema do
ISS, que consistia em cobrar propina de grandes construtoras para, em
troca, reduzir por meio de fraude os impostos que elas tinham de pagar.
Documentos
repassados por ele possibilitaram a identificação de fraude em obras de
mais de 400 edifícios na cidade, entre 2008 e 2012.
Entretanto,
posteriormente, o próprio MPE descobriu que Magalhães usava o fato de
ser um delator para extorquir outros fiscais da Prefeitura, dizendo que
delataria agentes que não o pagassem. Ele foi preso em flagrante, em
2015, recendo R$ 70 mil de um ex-colega.
O fiscal ficou famoso ainda na ocasião da primeira prisão, quando
disse em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, que havia gastado todo o
dinheiro desviado com prostitutas. Na época, o MPE estimou o prejuízos
causado pela Máfia do ISS em R$ 500 milhões.
Notícias ao Minuto
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