Exército do Chile remove vinte e um generais após escândalo de apropriação indébita
AFP / CLAUDIO REYES |
O
Exército do Chile removeu nesta sexta-feira 21 generais, em uma
profunda renovação do alto comando da instituição, abalada por um
escândalo de apropriação indébita envolvendo dezenas de oficiais.
O
afastamento dos generais se deu sob diversas formas, como renúncia
voluntária, passagem à reserva e adequação às necessidades
institucionais, explicou o Exército em um comunicado.
No total, 45% dos altos oficiais foram afastados e substituídos, destacou o Exército.
O
afastamento dos 21 generais, a maioria em idade para permanecer na
ativa por mais vários anos, ocorre semanas após a justiça militar
decretar a prisão preventiva do vice-comandante do Exército, general
John Griffiths.
Griffiths, no momento em liberdade sob fiança, foi
derrubado pelo chamado “Milicogate”, uma investigação que revelou uma
rede de militares e civis envolvidos em apropriação indébita de fundos
milionários procedentes da lei que reserva às Forças Armadas 10% do
valor das vendas da estatal do cobre Codelco.
O general foi
indiciado por orquestrar manobras com dinheiro público a seu favor e
para outros oficiais, incluindo alguns dos generais removidos, segundo a
imprensa local.
– Recuperar a confiança –
Na tarde desta
sexta-feira, o ministro da Defesa, Alberto Espina, esclareceu que “seria
incorreto e injusto deduzir que todos os generais que passaram à
reserva estão envolvidos em fatos investigados pela justiça”.
Mas
Espina admitiu que um dos motivos da onda de remoções poderia ser a
investigação que tenta limpar o Exército de práticas fraudulentas, como a
compra de passagens em agências de viagens por preços superfaturados.
As agências de viagens investigadas pertenceriam a familiares dos militares.
Ao
escândalo de corrupção no Exército se somam múltiplos casos de fraude
nos Carabineiros – a polícia militarizada – que levaram à exoneração de
dezenas de membros desta instituição.
No total, mais de 40 milhões
de dólares foram desviados para contas particulares de policiais e
civis desde 2006, segundo uma investigação.
AFP
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