A hora do voto e uma certeza: a pior decisão é não decidir, por isso vote
Por Heron Cid
Hoje,
dia 5 de outubro, é aniversário de 30 anos da promulgação da
Constituição Cidadã, o livro que virou as páginas de duas décadas de
autoritarismo, supressão de liberdades e direitos.
Daqui a dois
dias, exerceremos talvez o mais importante deles, recuperado após longa
mobilização e intensa pressão popular: o voto.
Trinta anos depois,
chegamos às vésperas do pleito mais conturbado dos últimos tempos com
um sentimento de desânimo e desvalorização dessa conquista. Não por
culpa dos representados, mas pelas falhas e deslizes dos representantes.
Estamos
à beira da urna e, no abismo bem ao lado, forças e simpatizantes destas
– movidos por tantas decepções e revolta – flertando com a
possibilidade de retrocesso que ameaça um patrimônio alcançado às custas
da luta de muitos.
A democracia tem seus defeitos e falhas, é
verdade. Mas, entre os sistemas possíveis, é o melhor modelo de governo e
de sociedade. Que o digam os filhos das pátrias comandadas por
ditaduras e governantes autocráticos.
Se a temos, façamos uso dela em favor do certo e do justo.
Não dê as costas à essa responsabilidade. Vote!
De
preferência, vote a favor, não contra. Vote pela razão, não pela
emoção. Vote pela convicção, não apenas pela gratidão. Vote com
esperança, não por vingança. Vote pelo Brasil, não por um candidato.
Vote pelo amanhã, não pelo ontem. Vote com amor, não com ódio.
Vote,
porque o Brasil nunca precisou tanto dos brasileiros. As mudanças não
são feitas em casa, de braços cruzados e nem assistindo a banda passar.
Não
tema escolher porque não quer ser responsabilizado pelos eventuais
futuros erros do seu escolhido. Sua parte é votar, e se sua opção –
feita conscientemente – deslizar, a culpa não será sua.
O eleitor
votou em Fernando Collor para mudar. Quando esse derrapou, a mesma massa
foi às ruas para pedir sua deposição. Muitos acreditaram em Lula, mas
no instante em que ele não se mostrou a altura da confiança, esse mesmo
povo bom expressou sua frustração. A metade do Brasil que votou em Aécio
deu-lhe as costas quando testemunhou seu mau e corrupto comportamento. O
Brasil que elegeu Dilma ganhou as avenidas para pedir o abreviamento do
seu desastrado e apodrecido governo.
Portanto, ninguém pode se
abster de sua obrigação cidadã, com receio do futuro. Ninguém deve se
envergonhar de suas escolhas, quando elas são movidas pela boa causa e
expectativa. O voto é pelo o que se espera do candidato, não pelo o que
eleito se torna.
Não repita Pilatos, o juiz mais
injusto da história da humanidade. Não lave as mãos. Use-as para lavar
essa Nação e pelas urnas fazer a assepsia da política, eliminando a
sujeira dos maus e alvejando os bons.
Domingo, trinta anos
depois da recuperação de um sagrado direito, não deixe que escolham por
você. E não esqueça: a pior decisão é não decidir.
MaisPB - Por Heron Cid
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