Novos números de pesquisa mostram velha realidade bem conhecida: a Paraíba dividida
Por Heron Cid
João capitaliza eleitor que aprova governo; Lucélio e Zé brigam para ir ao segundo turno |
Quem reparar direito, verá na pesquisa do Instituto Veritá, divulgada pelo Portal MaisPB,
dois dados incontestáveis: o primeiro, a consolidação de João Azevedo
(PSB) na liderança, com folgada margem, e a oposição com capital
político expressivo, somadas as duas candidaturas de Lucélio Cartaxo e
José Marabhão.
O crescimento exponencial de João já não é mais
explicado apenas pela transferência da excelente avaliação do Governo do
PSB e a performance do governador Ricardo Coutinho como cabo eleitoral.
Ela atesta o protagonismo de João, ao contrário do que muitos,
inclusive das hostes girassóis, esperavam. No processo, Azevedo ganhou
vida própria.
Só a aprovação da gestão não seria suficiente. Os
resultados de Estela Bezerra e Cida Ramos, em João Pessoa, são provas
disso. João se superou e tem mérito no desempenho dos seus 35% de
intenções de voto.
A terceira colocação (18,7%) de José Maranhão
(MDB), na reta final da campanha, com oscilação negativa no comparativo
com outras pesquisas, não chega a surpreender. Há uma inevitável
tendência de desidratação por mais competente que tenha sido a
comunicação de sua campanha e a própria desenvoltura de Zé. O temor
anterior de sua aparição em debates foi enterrado. Até aqui, ele se saiu
bem. Mas, convenhamos, não é fácil pedir um quarto mandato numa era de
renovação.
Os 19,1% de Lucélio Cartaxo (PV) são compatíveis e
resultado do seu volume de campanha nas maiores cidades do Estado,
especialmente João Pessoa e Campina Grande, onde transita bem com as
bênçãos dos prefeitos Luciano Cartaxo e Romero Rodrigues, cabos
eleitorais influentes e carismáticas em seus respectivos colégios
eleitorais.
A soma de votos dos dois candidatos da oposição se
nivela com o patamar alcançado por João Azevedo, o que reflete o grau de
acirramento político tão tradicional da Paraíba, onde nunca há eleição
fácil e os municípios são divididos entre dois cordões: o encarnado e o
azul. Uma hora a coisa se afunila e uma das candidaturas vai sugando a
expectativa de poder.
Nesse caso, aquele eleitor que não engole o
atual governo e não quer saber de estender por mais quatro anos o poder
de fogo do governador Ricardo Coutinho tende a buscar a candidatura com
mais chance de frear a eleição do ungido dos girassóis. É nesse
sentimento que Lucélio, pelos números, começa a puxar para si esse
eleitor e perspectiva.
No mais, os novos números apresentam uma
velha realidade bem conhecida: a Paraíba é rachada em duas bandas. E
João está sabendo aproveitar bem outra divisão: a da oposição.
MaisPB - Por Heron Cid
Nenhum comentário:
Postar um comentário