Pesquisa diz que 35% dos brasileiros não pagam contas em dia; veja dicas para adequar o orçamento
De
acordo com pesquisa divulgada realizada pela Confederação Nacional dos
Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC),
35% dos brasileiros afirmam que a renda é insuficiente para pagar as
contas em dia. Além disso, 46% disseram que não falta, mas também não
sobra dinheiro com a renda que possuem e apenas 13% dizem estar com as
contas no azul, sobrando para as compras ou investimentos.
O
levantamento revelou ainda que dois em cada dez consumidores tiveram o
acesso ao crédito negado nas compras a prazo no mês de julho, sendo a
falta de comprovação de renda e recursos insuficientes os principais
motivos.
Para o presidente da Associação Brasileira de Educadores
Financeiros (Abefin), Reinaldo Domingos, esses números refletem o fato
de a maioria dos brasileiros viverem dentro de um padrão de vida acima
daquele que o orçamento lhes permite.
“As
pessoas precisam mudar a forma de pensar o orçamento mensal. Ao invés
de esperar ou tentar fazer com que sobre dinheiro, devem resgatar aquilo
que realmente desejam em sua vida, seus sonhos e metas pessoais e
familiares, e poupar para isso dinheiro em primeiro lugar. Não é uma
questão de números ou de incrementar a renda, e sim de ter novos
hábitos, mais conscientes”, orienta Domingos.
Em
um de seus vídeos no canal Dinheiro à Vista, Reinaldo afirma que há
momentos que a melhor saída é dar alguns passos para trás, analisar as
finanças e verificar qual é real padrão de vida em que está vivendo
atualmente.
A orientação é que, logo que receber o salário, a
pessoa já retire a quantia mensal necessária para a realização dos
sonhos, colocando o montante na melhor opção de investimento de acordo
com o prazo. “Ou seja, ao invés de fazer sobrar, é preciso poupar para o que realmente importa, antes de gastar”, orienta Domingos.
Muitos hábitos podem levar ao descontrole financeiro. Veja abaixo quais são eles e como fazer para evitá-los:
1 – Falta de planejamento: As
pessoas não sabem para onde vai seu dinheiro, não possuem controle. As
pessoas não se dão conta que o descontrole financeiro não acontece nos
grandes gastos, mas sim nos pequenos. Para evitar que isso ocorra, o
correto é o preenchimento de uma caderneta diária de todos os gastos,
que chamamos de apontamento, e realizar uma planilha mensal por três
meses, conhecendo os seus verdadeiros números.
2 – Comprar por impulso: Algumas
perguntas devem ser feitas antes de fazer uma compra, como: estou
comprando por necessidade real ou movido(a) por outro sentimento, como
carência ou baixa autoestima? Se não comprar isso hoje, o que
acontecerá? Tenho dinheiro para comprar à vista? Se comprar a prazo,
terei o valor das parcelas? O acúmulo de parcelas colocará em risco a
realização dos sonhos que priorizei com a família? Também é importante
pesquisar o melhor preço em pelo menos três lojas diferentes, entre
físicas e virtuais, para pagar menos e conseguir descontos.
3 – Ter o hábito de parcelar: Este
é um hábito cultural do brasileiro, por isso, ao agir dessa maneira, as
pessoas não percebem que estão se endividando. Para piorar, muitas
vezes, o consumidor se esquece de colocar esses valores no orçamento, o
que pode comprometer seriamente as finanças. Caso seja fundamental
parcelar, deverá constar no orçamento mensal da pessoa, que sempre que
receber seus rendimentos separará parte do valor para pagar essa dívida.
Também é interessante ter uma poupança paralela, para que, em caso de
imprevistos, tenha como arcar com esses valores.
4 – Pagar sem questionar: Todo
produto ou serviço é cobrado com larga margem de lucro, portanto é
sempre válido pedir descontos, especialmente se estiver pagando à vista.
Muitos têm vergonha ou receio, portanto negociar valores deve se tornar
um hábito em 2018, pois é preciso aprender a valorizar o dinheiro. É
importante também sempre rever os pacotes que contrata, como de TV a
cabo, internet e planos de celular, pois é comum que haja itens que paga
mas não utiliza. É interessante estar sempre de olho na concorrência,
pois muitas vezes há pacotes mais completos e mais baratos.
5 – Abusar do crédito fácil: Buscar
ferramentas de crédito fácil, como empréstimos, crediários,
financiamentos, limite do cheque especial e pagar o mínimo de cartão de
crédito são formas comuns de endividamento. O mercado oferece milhares
de produtos de fácil acesso, contudo, os juros cobrados são abusivos e
fazem com que a inadimplência se torne alta. A solução é evitar esses
meios, buscando se educar financeiramente e mudando o comportamento
errôneo em relação a lida com o dinheiro. No caso de cartão de crédito, o
ideal é ter só um e, em caso de descontrole, até mesmo eliminar. Também
é interessante não ter limite de cheque especial.
6 – Não pensar no futuro: Muitos
não têm o hábito de se preparar para o futuro mas, especialmente agora
com as mudanças na aposentadoria pelo INSS, é importante rever essa
atitude. O primeiro passo é pensar no padrão de vida que deseja ter após
se aposentar, lembrando que mesmo tendo trabalhado a vida toda com
carteira assinada, contribuindo para o INSS, a quantia recebida
dificilmente será suficiente. Muitos brasileiros se aposentam e precisam
continuar trabalhando ou dependem da ajuda financeira de parentes.
Lembre que o quanto antes você pensar em seu futuro, mais fácil será
para poupar dinheiro e atingir a quantia desejada. Para descobrir o
número da sua aposentadoria, preencha a planilha com a fórmula para a
independência financeira.
7 – Só poupar se sobrar: Muitos
brasileiros não conseguem poupar dinheiro porque deixam para fazer isso
apenas se sobrar no final do mês. Portanto, em 2018, é imprescindível
começar a praticar um orçamento financeiro diferente, que priorize os
sonhos e não as despesas. Ao invés de fazer Ganhos (-) Gastos =
Lucro/Prejuízo, faça Ganhos (-) Sonhos (-) Gastos. Dessa forma, a
poupança para os sonhos será a prioridade e os gastos serão readequados,
mudando o padrão de vida em beneficio da conquista dos sonhos da
família. Apesar de ser muito importante, a realização dos sonhos tende a
ser deixada em segundo plano; isso precisa mudar, começando pelas
atitudes. Não adianta agir da mesma maneira sempre, esperando ter um ano
diferente.
8 – Não sonhar: Não ter planos para o
futuro e, consequentemente, poupanças para conquista-los, leva ao
consumismo de forma pouco pensada. Vejo que a grande maioria abandonou o
hábito de sonhar. Para sair deste problema, é recomendável fazer um
exercício simples: refletir sobre o que se quer em curto prazo (nos
próximos doze meses), no médio (entre um e dez anos) e no longo prazo (a
partir de dez anos). Tendo isso estabelecido, deve cotar os valores e
destinar parte de seu dinheiro para esse fim. Com os sonhos sempre em
mente, será muito mais difícil cair nas armadilhas do consumismo e do
crédito fácil.
9 – Buscar status social: Acreditar
que consumir é importante para ser aceito socialmente faz com que as
pessoas comprem sem ter condições. Isso porque acreditam que possuir
alguma coisa é o que fará a diferença para os outros, e não o que ela
realmente é. O consumo dessa maneira irá apenas suprir a dificuldade de
relacionamento interpessoal. A solução para esta questão é ter objetivos
claros e perceber que é muito mais importante ter conteúdo do que ter
produto.
10 – Sucumbir ao marketing e à publicidade: Estar
suscetível às ações de marketing e publicidade faz com que as pessoas
comprem o que não precisam ou mesmo não têm condições. Isso acontece
diariamente por falta de orientação. O caminho para evitar esse problema
é buscar conscientização para abandonar o hábito de comprar por
impulso, especialmente quando estiver com as emoções alteradas, triste,
com baixa autoestima ou com bastante empolgação.
Fonte: SRzd - Publicado por: Larissa Freitas
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