Presidenciáveis já gastaram R$ 130,4 milhões; Henrique Meirelles foi o candidato que mais gastou
A
12 dias do primeiro turno das eleições, os candidatos a presidente da
República já gastaram R$ 130,4 milhões, segundo dados disponíveis no
portal do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Pelo menos R$ 64,8 milhões
foram destinados à produção de vídeos para a internet e dos programas
eleitorais gratuitos, o que representa 49,7% do total.
Nesse
montante estão incluídas as despesas do ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, que teve a candidatura rejeitada pelo TSE, por causa da Lei da
Ficha Limpa. Lula foi condenado em segunda instância por corrupção
passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá (SP). Está
preso na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, desde abril.
A
campanha de Lula declarou gastos de R$ 19,1 milhões e arrecadação de R$
20,6 milhões. Foram aplicados R$ 13,5 milhões na produção dos programas
de rádio e televisão. No último dia 11 de setembro, o ex-presidente foi
substituído por Fernando Haddad (PT), que já aparecia nos programas
iniciais do horário eleitoral gratuito. A campanha de Haddad declarou
despesas de R$ 450 mil, com impulsionamento de conteúdo na internet.
Maiores gastos
Até
agora, o candidato que mais gastou foi Henrique Meirelles, do MDB.
Meirelles financia a sua própria campanha: destinou R$ 45 milhões para
as eleições. Ao TSE, a campanha de Meirelles declarou despesas de 43,3
milhões, sendo R$ 24, 8 milhões para a produção dos programas de rádio e
televisão, mais R$ 5,8 milhões para criação e inclusão de páginas na
internet.
O candidato que mais arrecadou foi o tucano Geraldo
Alckmin, que concorre por uma coligação de nove partidos. Conforme
declaração publicada no portal do TSE, Alckmin recebeu R$ 51 milhões,
97,8% do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), constituído
de recursos orçamentários para o processo eleitoral.
A campanha
tucana gastou R$ 42,9 milhões, sendo R$ 15,2 milhões destinados à
produção dos programas de rádio e televisão, bem como de vídeos. Outros
R$ 14,6 milhões foram repassados para candidatos aliados, R$ 6,9 milhões
financiaram a confecção de material impresso e R$ 2,5 milhões custearam
os deslocamentos do candidato e assessores pelo país.
Na outra
ponta está o Cabo Daciolo (Patri). Ele foi o candidato que declarou a
menor arrecadação e o menor gasto: R$ 9.100 arrecadados do financiamento
coletivo e R$ 738 pagos para a empresa de arrecadação como taxa de
administração. Daciolo quase não tem feito campanha. Optou por se
recolher e rezar.
Fundo especial
Líder nas
pesquisas de intenção de votos, Jair Bolsonaro (PSL), hospitalizado
desde o dia 6 de setembro, quando levou uma facada na barriga em Juiz de
Fora (MG), arrecadou R$ 998 mil, mas declarou à Justiça Eleitoral
despesas de R$ 1,1 milhão.
Segundo os dados do TSE, R$ 347,5 mil
foram destinados ao pagamento de serviços de terceiros, R$ 345 mil
repassados a outros candidatos do PSL e R$ 240 mil para produção dos
programas eleitorais.
A campanha de Ciro Gomes (PDT) recebeu R$
20,2 milhões – 99% do fundo especial – e gastou R$ 8,4 milhões. Foram
destinados R$ 2,4 milhões para impressão de propaganda eleitoral e R$
2,2 milhões para produção dos programas de rádio e televisão. Marina
Silva (Rede) arrecadou R$ 7,2 milhões e gastou a metade desse total na
campanha.
Conforme prestação de contas à Justiça Eleitoral, o PSOL
conseguiu R$ 6 milhões para a campanha de Guilherme Boulos, 99% do
fundo especial. O presidenciável gastou R$ 3,6 milhões no processo
eleitoral, sendo R$ 1,1 milhão na contratação de serviços de terceiros.
O
candidato do Podemos, Alvaro Dias, declarou R$ 5,3 milhões arrecadados e
R$ 5,7 milhões de despesas. Pouco mais de 80% desse total foram usados
na produção dos programas do horário eleitoral gratuito. A campanha de
Dias informou ainda gastos de R$ 1 milhão no deslocamento do candidato
pelo país.
A campanha do partido Novo arrecadou R$ 2,8 milhões,
sendo que R$ 100 mil doados pelo candidato João Amoêdo. Até agora, o
partido declarou despesas de R$ 887,3 milhões. José Maria Eymael recebeu
R$ 828 mil e gastou R$ 215,4 mil.
O fundo especial é a principal
fonte de financiamento das campanhas do PSTU e do PPL. João Goulart
Filho (PPL) arrecadou R$ 317,8 mil – 99% do fundo especial – e gastou R$
209 mil, a maior parte na produção do horário eleitoral. Vera Lúcia
(PSTU) recebeu R$ 402,8 mil – 99,3% do fundo especial – e gastou R$
248,7 mil.
Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário