Mais de 3,5 milhões de brasileiros tiveram títulos eleitorais cancelados
Ao
menos 3,6 milhões de brasileiros não poderão votar nas eleições de 2018
porque não fizeram o cadastramento biométrico e tiveram seus títulos
eleitorais cancelados. É o que mostra um levantamento do G1 feito com base em dados de tribunais regionais eleitorais (TREs) de todo o país.
O
número diz respeito aos eleitores de 862 cidades de 17 estados que
passaram por revisão biométrica obrigatória entre 2017 e 2018.
No
total, 1.244 de 22 estados participaram da revisão 2017-2018, mas os
TREs de 5 estados (Espírito Santo, Paraíba, Pernambuco, Roraima e
Rondônia) não informaram quantos títulos foram cancelados. Os demais
estados e o DF já haviam feito a revisão biométrica em anos anteriores
(no Amazonas, o processo não foi obrigatório).
O prazo para
registrar as digitais para as eleições deste ano acabou no primeiro
semestre. O eleitor que não respeitou o prazo de seu estado e que não
regularizou sua situação até o dia 9 de maio teve seu título cancelado. O
cadastro eleitoral vai ser reaberto em 5 de novembro.
No total, 73,7 milhões, 50% do eleitorado apto, vão votar usando a biometria nas eleições de 2018.
Evolução da biometria
Em
outubro de 2017, uma reportagem do G1 apontou que o percentual de
eleitores com o cadastramento biométrico era de 44%. Ao final do prazo
de 9 de maio deste ano, o índice cresceu 16 pontos percentuais, chegando
a 60% (ou mais de 87 milhões de eleitores).
Parte dessas pessoas,
porém, está em cidades que não terão o reconhecimento das digitais
disponível para as eleições deste ano. Por isso, o número de pessoas que
vão, de fato, votar usando a biometria é de 73,7 milhões, e não de 87
milhões.
Nove estados concluíram o cadastramento biométrico, além
do Distrito Federal. São eles: Alagoas, Amapá, Goiás, Paraíba, Piauí,
Rio Grande do Norte, Roraima, Sergipe e Tocantins.
Considerando
todas as 27 unidades da federação, 22 têm mais da metade dos eleitores
cadastrados. Os três estados com as taxas mais baixas são São Paulo
(45,1%), Minas Gerais (30,2%) e Rio de Janeiro (18,7%).
Segundo o TSE, a meta da Justiça Eleitoral é identificar 100% dos eleitores por meio da impressão digital até 2022.
O que é o cadastramento?
A
biometria usa as impressões digitais para identificar o cidadão. O
objetivo é ter mais segurança e evitar fraudes. No Brasil, a emissão de
passaporte, de carteiras de identidade e o cadastro das Polícias Civil e
Federal contam com sistemas biométricos.
Para o reconhecimento
individual, são coletados dados biométricos por meio de sensores que os
colocam em formato digital. No caso do cadastramento feito pela Justiça
Eleitoral, os dados são coletados por um scanner de alta definição. São
coletados dados de todos os dez dedos da mão, mas apenas um é utilizado
para identificar o eleitor no momento da votação.
A coleta das digitais dura poucos segundos. Além disso, é tirada uma fotografia e cadastrada a assinatura digitalizada.
G1
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