"Aumentar salário não é o melhor para o Brasil", diz a ministra Cármen Lúcia sobre aumento no STF
Ao
comentar nesta quinta-feira (9) o resultado da votação de ontem (8), em
que os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) aprovaram o aumento
de seus próprios salários, a presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia,
disse não se envergonhar de ter sido vencida no tema, por estar
convencida de que não era o melhor para o Brasil.
“Perco quase
todo dia, ontem perdi, provavelmente hoje perco de novo em alguma
votação. Mas eu não queria estar ao lado dos vencedores”, disse a
ministra, que votou para que os salários permanecessem em R$ 33,7 mil
por pelo menos mais um ano.
O reajuste dos salários foi votado em
sessão administrativa na noite de quarta-feira (8), quando foi
aprovada a inclusão no orçamento do Poder Judiciário de 2019, a ser
encaminhado ao Congresso, o aumento de 16% nos vencimentos dos
ministros, que poderão chegar a R$ 39 mil.
Votaram a favor do
aumento os ministros Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio, Luís Roberto
Barroso, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Luiz Fux e Alexandre de Moraes.
Cármen Lúcia votou contra o reajuste, assim como os ministros Rosa
Weber, Edson Fachin e Celso de Mello.
“Os que venceram e como
venceram não era o que eu queria mesmo, e continuo convencida de que não
era o melhor para o Brasil”, disse a presidente do STF. “Às vezes
lutamos muito, mas não ganhamos, mas o objetivo de lutar pelo Brasil e
conviver com o diferente que muitas vezes vence faz parte da
democracia”, acrescentou.
As declarações foram dadas durante um
evento sobre os 30 anos da Constituição, em uma universidade particular
de Brasília. Em sua fala, Cármen Lúcia fez um relato sobre a luta por
direitos durante a ditadura militar, na qual houve sucessivas derrotas,
mas que culminou com a vitória do atual texto constitucional.
Participavam
da mesa também a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, o
ministro dos Direitos Humanos, Gustavo do Vale Rocha, e a
diretora-presidente da Agência Nacional das Águas (ANA), Christianne
Dias.
Agência Brasil
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