Supremo Tribunal Federal retira do juiz Sérgio Moro mais delações contra Lula
A
Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta
terça-feira (14), por 3 votos a 1, retirar do juiz Sérgio Moro, do
Paraná, e transferir para a Justiça Federal em Brasília novos trechos de
depoimentos da Odebrecht que citam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva.
Trata-se
de depoimentos sobre a relação da Odebrecht com Lula. No entendimento
dos ministros, não há conexão com fatos apurados na Petrobras e,
portanto, na Operação Lava Jato.
A
decisão da turma não retira nenhum processo do juiz Moro e não impede
que ele peça compartilhamento das informações remetidas a Brasília.
Em
abril, os ministros decidiram tirar de Moro trechos das delações sobre o
sítio de Atibaia e sobre o Instituto Lula por não terem relação com a
Petrobras. Isso, no entanto, não alterou os processos sobre o tema que
já tramitavam no Paraná.
Por
decisão da Segunda Turma nesta terça, também foram remetidos para
Justiça Federal de Brasília trechos que citam o ex-ministro Guido
Mantega nas planilhas “Italiano” e “Pós-italiano”, que apontam
pagamentos a campanhas do PT.
Em
outra decisão, a Segunda Turma também decidiu retirar do juiz do Paraná
trechos de depoimentos sobre repasses para campanhas eleitorais e
enviou para o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Distrito Federal.
Os
entendimentos foram tomados contra posição do relator da Lava Jato no
STF, ministro Luiz Edson Fachin, e contra posição da Procuradoria Geral
da República que entendiam que deveria permanecer no Paraná em razão da
conexão com a Lava Jato.
A
decisão tomada anteriormente pela Segunda Turma levou o ex-presidente
Lula a entrar com uma reclamação no STF pedindo a retirada de processo
sobre o sítio de Atibaia do juiz Moro. O ministro Toffoli negou conceder
liminar para retirar o processo, mas a reclamação ainda terá que ser
julgada.
Após
atender a pedidos da Procuradoria Geral da República para envio dos
trechos das delações da Odebrecht para todo país, em abril do ano
passado, o ministro Fachin remeteu as informações para o juiz Moro. A
defesa de Lula recorreu.

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