Brasil teve mais de 60 mil casos de estupro em 2017, revela Anuário Brasileiro de Segurança Pública
O
12º Anuário Brasileiro de Segurança Pública revelou nesta quinta-feira
(9) que em 2017 o Brasil teve 221.238 registros de violência doméstica, o
que significa 606 casos por dia. São registros de lesão corporal dolosa
enquadrados na Lei Maria da Penha.
É
a primeira vez que o Fórum Brasileiro de Segurança Pública tabula esses
dados. De acordo com o anuário, o país bateu novo recorde de
assassinatos em 2017, com 63,8 mil mortes.
Os
números de violência contra a mulher devem ser ainda maiores, já que
Distrito Federal, Espírito Santo, Tocantins, Mato Grosso e Roraima não
informaram os dados. As piores taxas estão em Santa Catarina, com 225,9
casos a cada 100 mil habitantes, seguida por Mato Grosso do Sul (207,6) e
Rondônia (204,9).
“A
gente não pode deixar de lado o debate sobre violência de gênero. A
violência contra a mulher continua sendo um tema central pra gente
debater inclusive desenvolvimento. Com esses índices não dá para pensar
em ser um país desenvolvido de fato. É muito alto”, disse Samira Bueno,
diretora-executiva do Fórum.
O
fórum também contabilizou o número de mulheres vítimas de homicídio no
ano passado: 4.539 (aumento de 6,1% em relação a 2016). Desse total,
1.133 foram vítimas de feminicídio.
“A
violência contra a mulher no Brasil é de algum modo aceita, já que ela é
um elemento da história”, analisa Renato Lima, diretor-presidente do
Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
O
especialista destaca a necessidade de treinamento dos agentes de
segurança pública. “Da mesma forma que um policial é treinado para usar
uma arma de fogo na academia, nós do fórum estamos incentivando a adesão
de protocolos para que esse policial saiba acolher uma mulher vítima de
violência, esteja ele numa delegacia de interior ou na capital”.
Estupros
O
número de estupros cresceu no país no período. Foram 60.018 casos
registrados no ano passado, um aumento de 8,4% em relação a 2016.
Segundo
Samira, esse é o crime mais subnotificado dos dados. “A mulher tem
vergonha, a mulher tem medo. É muito pior do que parece”.
G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário