Diretor Geral da Polícia Federal diz sobre prisão de Lula: ”Foi o pior dia da minha vida”
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo publicada
neste domingo (12), o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Rogério
Galloro, contou que no dia em que o ex-presidente Lula foi preso, Moro o
pressionou para que o mandado de prisão fosse cumprido e que 30 agentes
do Comando de Operações Táticas (COT) estavam a postos para entrar no
Sindicato dos Metalúrgicos.
Logo após ter sua prisão decretada por
Moro, Lula permaneceu durante mais de 24 horas na sede do Sindicato, em
São Bernardo do Campo (SP), seu berço político.
“Chegou o sábado, Moro exigiu que a
gente cumprisse logo o mandado. A missa não acabava mais. Deu uma hora
[da tarde] e eles disseram: ‘Ele vai almoçar e se entregar’”, contou
Galloro a Andreza Matais, editora da Coluna do Estadão.
O diretor da PF também afirmou na
entrevista que, após Lula não ter se entregado na sexta (6 de abril), a
PF entrou em contato, no dia seguinte, com a empresa de um galpão ao
lado do sindicato, onde 30 agentes do COT estavam prontos para invadir o
Sindicato e prender o ex-presidente.
Após a tentativa frustrada de Lula sair
do Sindicato para se entregar, Galloro deu um ultimato para que ele se
entregasse. “Quando deu 17h30, eu liguei para o negociador e disse:
‘Acabou! Se ele não sair em meia hora nós vamos entrar’. E dei a ordem
para entrar. Às 18h, ele saiu”, relatou Galloro sobre o fim da tarde do
dia 7 de abril, um sábado, quando Lula foi preso.
No início daquele mês, Moro determinou o
início da execução da pena de Lula, condenado a 12 anos e 1 mês de
prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em segunda instância.
O juiz responsável pelos casos da Lava Jato havia dado até o fim da
tarde de 6 de abril, uma sexta-feira, para que Lula se entregasse à PF.
Lula foi para a sede do Sindicato para se encontrar com apoiadores. Após
o local ter sido cercado por militantes petistas e simpatizantes do
ex-presidente, Lula pernoitou no Sindicato e decidiu ficar até o fim da
missa que seria realizada na manhã do dia seguinte, em homenagem à sua
falecida esposa, dona Marisa.
O acordado era que Lula saísse em
segredo pelos fundos do prédio, mas alguém dentro do Sindicato alertou a
multidão que Lula sairia. “Foi um susto. A multidão começou a cercá-lo e
eu vi que ali poderia acontecer uma desgraça”, disse o chefe da PF.
Fonte: http://congressoemfoco.uol.com.br
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