Dívida Pública Federal cai 0,14% e chega a R$ 3,7 trilhões, segundo dados do Ministério Da Fazenda
A
Dívida Pública Federal (DPF) – que inclui o endividamento interno e
externo do Brasil – teve redução de 0,14% e passou de R$ 3,754 trilhões
em junho para R$ 3,748 trilhões em julho, segundo dados divulgados nesta
segunda-feira (27) pela Secretaria do Tesouro Nacional, do Ministério
da Fazenda.
A queda da dívida, de acordo com o Tesouro, ocorreu
devido ao resgate líquido de títulos, no valor de R$ 32,51 bilhões,
descontado parcialmente pela apropriação positiva de juros, no valor de
R$ 27,50 bilhões.
Segundo o coordenador-geral de Operações da
Dívida Pública do Tesouro, Luis Felipe Vital, um resgate líquido no
primeiro mês do trimestre é algo esperado. Em julho de 2017, por
exemplo, a dívida teve um resgate líquido de R$ 33,9 bilhões.
A
Dívida Pública Mobiliária Federal Interna (DPMFi) – em circulação no
mercado nacional, que é a parte da dívida pública que pode ser paga em
reais – teve o estoque ampliado em 0,01%, ao passar de R$ 3,607,31
trilhões para R$ 3,607,56 trilhões, devido a apropriação positiva de
juros, no valor de R$ 30,26 bilhões, compensada, em parte, pelo resgate
líquido, no valor de R$ 29,76 bilhões.
A apropriação de juros
representa o reconhecimento gradual das taxas que corrigem os juros da
dívida pública. As taxas são incorporadas mês a mês ao estoque da
dívida, conforme o indexador de cada papel.
O estoque da Dívida
Pública Federal externa (DPFe), captada do mercado internacional, teve
redução de 3,75% sobre o estoque apurado em junho, encerrando o mês de
julho em R$ 141,28 bilhões (US$ 37,63 bilhões), sendo R$ 128,19 bilhões
(US$ 34,14 bilhões) referentes à dívida mobiliária e R$ 13,09 bilhões
(US$ 3,49 bilhões), à dívida contratual.
A DPF continua abaixo das
previsões do Tesouro. De acordo com o Plano Anual de Financiamento,
divulgado no fim de janeiro, a tendência é que o estoque da DPF encerre o
ano entre R$ 3,78 trilhões e R$ 3,98 trilhões.
Por meio da dívida
pública, o governo pega recursos emprestados dos investidores para
honrar compromissos. Em troca, compromete-se a devolver o dinheiro com
alguma correção, que pode ser definida com antecedência, no caso dos
títulos prefixados, ou seguir a variação da taxa Selic, da inflação ou
do câmbio.
Detentores da dívida
A variação
do endividamento do Tesouro pode ocorrer por meio da oferta de títulos
públicos em leilões pela internet (Tesouro Direto) ou pela emissão
direta.
Além disso, pode ocorrer assinatura de contratos de
empréstimo para o Tesouro, tomado de uma instituição ou de um banco de
fomento, destinado a financiar o desenvolvimento de uma determinada
região. Já a redução do endividamento se dá, por exemplo, pelo resgate
de títulos.
Em julho, os maiores detentores da dívida pública eram
os Fundos de Investimento, com 26,30% da dívida. Os Fundos de
Previdência ficaram em segundo lugar, com uma participação relativa de
24,58%. O grupo Previdência apresentou variação negativa em seu estoque,
passando de R$ 900,59 bilhões para R$ 886,60 bilhões, entre junho e
julho.
Em seguida, estão as instituições financeiras com 22,48%,
grupo que também reduziu o estoque em R$ 3,67 bilhões, chegando a R$
811,01 bilhões. Os investidores estrangeiros concentraram 12,57% da
dívida; o governo, 4,38%; as seguradoras, 3,90%; e outros, 5,79%.
Leilões
De
acordo com Vital, o mês de julho marca a volta dos leilões
tradicionais. Durante o período de volatilidade (fortes oscilações) no
mercado financeiro, nos meses de maio e junho, o Tesouro Nacional
realizou leilões extraordinários de títulos públicos.
Do total das
emissões de títulos da DPMFi em julho, foram emitidos R$ 56,86 bilhões
nos leilões tradicionais, R$ 1,19 bilhão relativo às vendas de títulos
do Tesouro Direto e R$ 763,17 milhões relativo a emissões diretas.
Na
primeira semana de julho, entretanto, ainda houve uma última atuação
extraordinária, com resultado líquido de R$ 2,9 bilhões. Nos leilões de
compra e venda simultâneos, foram recomprados R$ 3,57 bilhões e vendidos
R$ 640 milhões.
“Durante maio e junho retiramos uma quantidade
considerável de risco do mercado, o risco pré-fixado”, disse Vital,
explicando que, antes de atuar, o Tesouro considera a capacidade do
mercado absorver os riscos das flutuações dos preços dos títulos, ou
seja, dos investidores assumirem as perdas.
Segundo o
coordenador-geral, sempre que necessário, o Tesouro vai voltar a atuar.
“O Tesouro tem a preocupação com o funcionamento do mercado. Sempre que
se verifica liquidez, formação de preços, excesso de risco, o Tesouro
faz a atuação”, disse. “Em julho, o mercado está menos exposto a risco e
o tesouro tá conseguindo nos leilões tradicional alcançar o previsto
para o mês”.
Agência Brasil
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