terça-feira, 28 de agosto de 2018

Aparição pública

Recluso desde série de prisões, ex-ministro José Dirceu reaparece para lançar livro

Em obra, petista relata passagens de sua vida desde o golpe militar, em 1964, até o escândalo do mensalão, em 2005


Recluso desde série de prisões, Dirceu reaparece para lançar livro
Divulgar o livro tem sido a prioridade do petista. No dia 4, Dirceu participa de uma noite de autógrafos no Circo Voador, no Rio de Janeiro.
Antes, no dia 30, sua presença é esperada em um evento de sindicalistas no bairro da Liberdade, em São Paulo. Depois deve percorrer outras capitais.
Nesta semana, o livro foi colocado em pré-venda juntamente com uma página na internet que adianta trechos divididos por momentos importantes da história brasileira dos quais Dirceu participou, como o golpe militar de 1964 e a chegada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao poder em 2002, relatados quase sempre em primeira pessoa.
Na parte sobre a eleição de 1989, quando Lula perdeu no segundo turno para Fernando Collor de Mello, Dirceu questiona: "Será que não foi melhor perdermos e só ganharmos em 2002, 13 anos depois?"
Depois de relatar casos de bastidor como a relutância de Fernando Henrique Cardoso em apoiar o PT no segundo turno, o próprio Dirceu responde: "Digo que não. Teríamos evitado a tragédia dos anos Collor e o Brasil não seria o mesmo."
Em outro trecho, Dirceu revela o papel crucial do vereador Eduardo Suplicy, candidato ao Senado pelo PT, no impeachment de Collor: "Suplicy insistiu, persistiu, quase invadiu a suíte de Pedro Collor no hotel Mofarraj, em São Paulo, até que conseguiu ser recebido pelo irmão do presidente. Eu o acompanhei e, juntos, ouvimos o impublicável. Um relato frio, sincero e impecável sobre a relação de Collor com seu tesoureiro e do papel de PC Farias no governo. Devemos a essa figura única -Eduardo Suplicy - o início da CPI."
Dirceu também relembra a época em que foi líder estudantil nos anos 1960, a prisão em 1969, a liberdade em troca do embaixador dos EUA Charles Elbrick e os anos de exílio em Cuba.
O ex-ministro diz que era submetido a dois tipos de treinamento, militar e clandestinidade. "Fiquei interessado nessa segunda fase porque, no futuro, seria fundamental, particularmente a área de disfarces, falsificação de documentos, clandestinidade e técnicas de comunicação em rádio, códigos, senhas, tintas invisíveis etc."
Ao relatar os anos que viveu disfarçado no interior do Paraná, Dirceu afirma que mantinha com disciplina o hábito de estudar as técnicas aprendidas em Cuba. "Nunca deixei de fazer os exercícios, treinar os códigos e limpar as armas", diz.
No trecho divulgado sobre o mensalão, Dirceu não faz qualquer autocrítica e atribuiu o escândalo a uma vingança do ex-deputado Roberto Jefferson.
Política ao Minuto

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