quarta-feira, 11 de julho de 2018

'Vai que cola'

A trama urdida com o desembargador Rogério Favreto para soltar o ex-presidente Lula 


Deputado Paulo Pimenta - (Foto Lula Marques/Agência PT)
São absolutamente irresponsáveis os deputados Wadih Damous e Paulo Pimenta, dois dos mais conhecidos aloprados da tropa de choque do PT. A trama urdida com o desembargador Rogério Favreto para soltar Lula conteve desde a sua concepção uma dose excessiva, mortal, de apelo político e emocional. Mesmo desamparados por qualquer base jurídica, os dois aloprados, mais o alopradíssimo magistrado, também petista, queriam tão somente criar um fato de tal magnitude que transformaria qualquer argumento jurídico num fato político de difícil e complicada reversão.
Os que os dois parlamentares e o magistrado bolaram foi estarrecedor. Sem qualquer respeito ao processo legal, queriam soltar um criminoso com o único objetivo de criar uma situação política embaraçosa, imaginando que desta forma usurpariam a competência legal dando seguimento a um plano estúpido, politicamente falso, profundamente desonesto. O pior é que a chance do golpe colar era muito grande. Foi pensado, articulado e deflagrado de maneira a ocorrer num domingo, num plantão. Foi um gesto oportunista e covarde. A OAB deveria se manifestar sobre a ação destes dois maluquetes do PT.
Imagine se Lula, condenado a mais de 12 anos de cadeia por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, fosse solto num lapso do plantão da Justiça e da Polícia Federal. Pense como estaria a esta hora o Sindicato do Metalúrgicos do ABC. Seria uma catarse para a militância petista. Mesmo os mais reticentes, os que não saem de Copacabana mas postam suas verdades absolutas sentados de frente para o mar, seriam excitados pelo frenesi de Lula solto e desambaraçado.
A irresponsabilidade é tamanha que em nenhum momento Damous e Pimenta pensaram no país. Seu objetivo solitário, escondido, disfarçado, que nem os advogados de Lula sabiam, era provocar um fato. Dane-se a Justiça, danem-se os juízes e desembargadores, dane-se o Supremo. Dane-se o Brasil, o que a dupla queria era alcançar um objetivo político solapando autoridades constituídas. Aqueles olhos injetados de Damous nunca enganaram ninguém. Aquele ar de indignação dele e de Pimenta tampouco deixa dúvida.
Os dois aloprados só conseguem mesmo enganar os que gostam de ser enganados. Ou os que estão dispostos a sacrificar qualquer coisa em nome do lulismo descarado e sem caráter. O nome desse até ontem desconhecido Favreto estará para sempre associado aos maluquetes do PT. Nenhuma dúvida. Seu nome virou sinônimo de golpe rasteiro, do se colar, colou. Por sorte, o Brasil é maior e nossas instituições são mais sólidas do que imaginam Damous, Pimentas e Favretos.
O Globo - Por Ascânio Seleme 

Nenhum comentário:

Postar um comentário