Ministro do Reino Unido renuncia ao cargo por assédio sexual a duas garçonetes
O
ministro do Reino Unido Andrew Griffiths, membro do Partido Conservador
e responsável pelo fomento a pequenos negócios e relações de consumo no
governo britânico, renunciou ao cargo neste domingo, 15, após vazamento
de pelo menos 2 mil mensagens de cunho sexual, em três semanas, a duas
garçonetes, que revelaram assédio e perseguição sexual do político de 47
anos.
“Meu comportamento causou um sofrimento
incalculável a minha mulher e minha família, aos quais devo tudo”, disse
o político, em um comunicado sobre sua renúncia do governo britânico.
Imogen Treharne, de 28 anos, contou ao jornal Sunday Mirror que
trocou várias mensagens com Griffiths e eles quase tiveram um encontro
sexual junto a uma amiga, em um flat que ele mesmo alugaria. O ministro
chegou a mandar a elas cerca de 700 libras em troca de fotos e vídeos
sensuais.
A jovem afirmou à publicação
britânica que no começo das conversas parecia algo casual. No entanto,
ela disse que tentava desvencilhar o conteúdo das mensagens a outros
assuntos para conhecê-lo melhor, mas que “a conversa sempre voltava ao
sexo”. As mensagens, cujo conteúdo foi revelado pelo Sunday Mirror, foram consideradas “repugnantes” por Treharne.
“No
começo achei que ele era um cara legal, mas depois me senti suja pelo
que ele falava e também me senti usada, como um troféu”, disse a
garçonete. Além disso, Treharne afirmou que todos os dias, durante três
semanas de conversas, Griffiths não parava de acompanhar e comentar cada
post em redes sociais, como Instagram, Snapchat, WhastApp e Facebook.
“Nunca
ninguém me mandou tantas mensagens em três semanas. Eu tinha que botar o
celular em modo avião. Era chocante. Eu ficava me perguntando como ele
tinha todo esse tempo livre e se sobrava espaço para trabalhar. Era de
manhã até a hora de dormir mandando mensagens”, contou Imogen Treharne.
A
perseguição a ela e sua amiga foi descrita por Imogen Treharne como
vulgar e possessiva. “Eu sabia que eu estava sendo constantemente
observada. Tudo que eu colocava na internet, qualquer foto. Isso estava
beirando à possessividade. Ele queria controlar tudo. Por isso fiquei
preocupada em levar isso adiante”, disse ao Sunday Mirror.
Arrependimento
O
ministro, que é casado e pai de uma filha desde abril, era ironicamente
um apoiador assíduo da entrada de mais mulheres no Partido Conservador e
no parlamento britânico, por meio da campanha “Women 2 Win”. Mostrando
arrependimento do envio de mensagens sexualmente depravadas às duas
mulheres, Griffits se desculpou com seus eleitores, com a
primeira-ministra Theresa May e com todo o parlamento, em comunicado ao
jornal britânico:
Estou profundamente
envergonhado com o meu comportamento, que causou incalculável sofrimento
à minha esposa e família, a quem devo tudo, e profunda vergonha à
primeira-ministra ao governo pelo qual tenho tanto orgulho de servir.
Entreguei
minha renúncia ao cargo ao fazer referência aos procedimentos do Código
de Conduta do Partido Conservador. Desejo pedir desculpas à minha
associação de distrito e ao povo de Burton que tenho a honra de
representar. Buscarei ajuda profissional para garantir que isso nunca
aconteça novamente.
Com o tempo, espero
ganhar o perdão de todos aqueles que confiam em mim e que desapontei tão
terrivelmente. O primeiro-ministro e o governo continuarão a ter todo o
meu apoio.
Terra
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