Greve de caminhoneiros continua em rodovias de 18 estados e no Distrito Federal
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Foto: Marcelo Regua |
Caminhoneiros
continuam fazendo protestos em rodovias do país nesta quarta-feira
(30), o 10º dia da greve. Há manifestações em pelo menos 18 estados e no
Distrito Federal, mas os bloqueios à passagem de veículos de carga só
ocorrem em 8 deles: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Mato Grosso do
Sul, Rio Grande do Norte, Pará e Paraná. No Sudeste, não há mais
rodovias bloqueadas.
Durante
uma coletiva pela manhã, Raul Jungmann, ministro de Segurança Pública,
disse que são 540 pontos de “aglomerações” pelo país, que há apenas 2
pontos de obstrução total, e que eles estão “cuidando de removê-los”.
Em
alguns estados, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e as Forças Armadas
desbloquearam trechos ocupados por caminhoneiros,
como Pernambuco, Paraíba, Mato Grosso, Paraná, Roraima e São Paulo.
Na
Rodovia Dutra, entre as cidades de Jacareí e Taubaté e também em Santa
Isabel, no interior paulista, os policiais impedem que caminhões que
queiram passar pelos bloqueios sejam barrados e também escoltam os que
desejam abandonar o movimento. Na Régis Bittencourt, não há mais
caminhões parados no acostamento em protesto no km 280, em Embu das
Artes. No Rio de Janeiro, caminhões começaram a deixar ponto de
concentração em Seropédica.
Para-brisas foi atingido pelas pedras (Foto: Reprodução/TV TEM)
Um
caminhoneiro teve o veículo apedrejado ao tentar passar pela Rodovia
Marechal Rondon em Agudos, no interior de São Paulo, nesta manhã,
segundo a Polícia Rodoviária. O caminhão transportava alimentos para uma
fábrica de refrigerantes em Bauru e o ajudante do motorista ficou
ferido. No Espírito Santo, dois produtores rurais tiveram os caminhões
apedrejados ao tentarem chegar às Centrais de Abastecimento do Espírito
Santo (Ceasa), em Cariacica. Na terça, um caminhoneiro foi agredido em
Tocantins após furar um bloqueio na BR-153, em Miranorte.
Em
Roraima, o motorista de carreta foi rendido e agredido por
caminhoneiros ao tentar passar por bloqueio. No Paraná, o secretário de
Segurança Pública e Administração Penitenciária disse que caminhoneiros
relataram ter sido mantidos em cárcere privadodurante a greve. Em
Bebedouro, motorista relata ameaças de grupo de caminhoneiros a quem
quer deixar movimento.
Em
Goiás, um grupo impediu a população de abastecer em um posto de
gasolina em Mineiros e houve confusão. Em Cerquilho (SP), manifestantes
impediram que um caminhão carregado com combustível entregasse o
produto.
O
abastecimento de combustível começou a voltar ao normal em algumas
cidades do país. Segundo a Plural, associação que representa empresas do
setor de distribuição de combustíveis e lubrificantes, “a circulação de
caminhões-tanque já chega a 60% da movimentação normal nas regiões
Norte, Nordeste e Sudeste. Bases prioritárias como São Paulo, Paulínia
(SP), Betim (MG), Caxias (RJ), Araucária (PR) e Canoas (RS) elevaram em
cerca de 200% o número de carregamentos e entregas aos postos de
combustíveis. As operações aéreas foram normalizadas nos principais
aeroportos e estão sendo gradualmente restabelecidas no restante da
malha aérea”.
Em
Salvador, motoristas quase não encontram mais filas para abastecer. Em
outras capitais, como Florianópolis e Recife, ainda há muita espera para
chegar até a bomba de combustível. Em Porto Alegre, o tamanho das filas
já era menor no início da manhã.
No
Rio de Janeiro, as distribuidoras estão trabalhando normalmente, sem
escolta ou comboio militar. Cerca de 15% dos postos da cidade do
Rioforam atendidos na terça, mas a maioria já secou. A situação só deve
voltar ao normal após o feriado. Em São Paulo, 12% dos postos receberam
combustível ontem.
Em
São José do Rio Preto (SP), caminhões-tanque estão entrando e saindo
sem escolta policial da central de distribuição de combustíveis.
Nesta
terça (29), o presidente Michel Temer afirmou que pode reexaminar a
política de preços da Petrobras. Os frequentes e até diários reajustes
nos preços dos combustíveis, decorrentes dessa política, estiveram entre
os principais fatores que motivaram a greve dos caminhoneiros. Desde
julho do ano passado, a Petrobras promove os reajustes com base na
variação do dólar e dos preços do petróleo no mercado internacional.
A oferta de transporte público também continua dando sinais de melhora; veja abaixo.
Transporte público
- Rio de Janeiro: BRT opera normalmente e ônibus comuns rodaram com 71% da frota.
- São Paulo: 69% da frota circulava às 7h30.
- Rio Grande do Sul: frota de ônibus circula normalmente só nos horários de pico.
- Mato Grosso: 80% da frota circula em Cuiabá e Várzea Grande.
- Minas Gerais: ônibus operam normalmente.
- Goiás: 60% da frota circula na Grande Goiânia.
Alimentos
No Rio
de Janeiro, a oferta de hortaliças está se normalizando, mas alguns
legumes, como batatas e cenouras, ainda são raros. Nas grandes redes de
supermercado do Rio Grande do Norte ainda faltam frutas e verduras.
A
Ceasa de Campinas opera com 40% do abastecimento nesta quarta, mas na
terça era apenas 5% da capacidade total. Os preços, no entanto,
continuam bem altos. A caixa de 20kg de tomate foi de R$ 60 para R$ 120 e
um saco de 50 kg de batata está sendo vendida a R$ 400. Na Bahia, a
Ceasa também voltou a ser reabastecida, porém os preços seguem acima do
comercializado normalmente.Já no Ceará, três caminhões conseguiram
chegar à Ceasa de Fortaleza nesta manhã, mas são as primeiras entregas
desde a semana passada.
Um comboio de 10 caminhões com óleo de
soja e café saíram nesta madrugada de Maringá com destino a
Curitiba.Em Pernambuco, Centro de Abastecimento no Recife recebeu mais
da metade dos caminhões previstos para chegar com mercadorias até as 12h
desta quarta.
G1
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