Falta de dinheiro ameaça obras da transposição do Rio São Francisco
A despesa final prevista pela Controladoria Geral da União é de cerca de R$ 20 bilhões
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O eixo norte tem mais de 90% das obras concluídas e deve ser inaugurado ainda em 2018 - (Foto: Arquivo) |
Responsabilidade do Ministério da Integração Nacional,
as obras de transposição do rio São Francisco estão sob risco devido à
falta de planejamento para manutenção e operações. O problema de gestão é
agravado pela alegada inexistência de verbas para custeio do
empreendimento. É o que revela auditoria da Controladoria-Geral da União
(CGU), em relatório que também identifica falhas de execução que
comprometem a sustentabilidade da transposição.
De fato iniciada em 2007, quando o Exército começou os trabalhos
no eixo leste, a obra ainda está em execução no eixo norte. Parcialmente
inaugurada há cerca de um ano, teve custo de execução de R$ 10,7
bilhões. A despesa final prevista pela CGU é de cerca de R$ 20 bilhões.
Em colaboração para o portal UOL, o repórter Carlos Madeiro lembra
que o eixo leste da transposição foi inaugurado, em março de 2017, em
meio à tumultuada visita do presidente Michel Temer (MDB) ao canteiro de
obras no sertão da Paraíba – ele chegou a ser vaiado por populares em
alguns momentos do compromisso. Já o eixo norte tem mais de 90% das
obras concluídas e, prevê o governo, deve ser inaugurado ainda em 2018.
A visita oficial de Temer foi confrontada em evento promovido pelo PT
e por lideranças regionais a título de “inauguração popular”, ou
“simbólica”, nove dias depois da ida do emedebista ao nordeste. A
inauguração alternativa teve a presença dos ex-presidentes Lula e Dilma
Rousseff, que reivindicaram os méritos por terem tirado o empreendimento
do papel.
A reportagem informa ainda que o canal já inaugurado corta cinco
municípios pernambucanos por 217 quilômetros até a divisa com a Paraíba.
O Ministério da Integração Nacional diz que um milhão de pessoas já
foram salvas do colapso no abastecimento de água. No entanto, ressalva a
CGU, “verificou-se que não há um planejamento estruturado” para
operação e manutenção da obra.
“Não foi elaborado cronograma com tarefas/atividades, duração,
vínculos de precedência e responsável”, acrescenta a auditoria da CGU,
para quem o Ministério da Integração Nacional “não detém estrutura
adequada para a gestão da transposição”.
O relatório aponta ainda a inexistência de “mecanismos de
direcionamento estratégico e controle que proporcionem maior
previsibilidade e assegurem a execução do programa”. O Ministério da
Integração Nacional foi questionado pelo portal e, em resposta, disse
ter priorizado estruturas situadas no “caminho das águas”, com o
“objetivo de atender rapidamente à população com risco de colapso no
abastecimento”.
“A estratégia possibilitou a chegada da água a Monteiro (PB), em
janeiro de 2017, e ao reservatório Epitácio Pessoa, em Boqueirão (PB),
em março de 2017. É importante destacar que a ordem de agilizar a
chegada das águas reduziu a previsão de atraso apontada pela CGU”,
alegou a pasta.
ClickPB - Por Congresso em Foco
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