Advogado do PEN/Patriotas é destituído, e Supremo Tribunal Federal decidirá sobre prisão
BRASÍLIA
— O presidente do PEN/Patriotas, Adilson Barroso, anunciou nesta
terça-feira que destituiu Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay,
como advogado do partido para representá-lo em Ação Declaratória de
Constitucionalidade que pode mudar a decisão do Supremo Tribunal Federal
(STF) sobre a prisão em segunda instância. De acordo com Adilson
Barroso, Kakay deve ser notificado ainda nesta terça sobre a decisão.
—
Fizemos isso porque o povo está pedindo. Não podemos favorecer o Lula. O
nosso partido é de direita. Como não tenho o dom da futurologia, não
sabia que essa ação serviria para beneficiar o PT — disse Adilson.
A
legenda, diz o presidente do PEN, deve tentar ainda nesta terça-feira
retirar liminar impetrada por Kakay para forçar o plenário do STF a
julgar o assunto. Kakay, por sua vez, disse que, se for destituído,
ainda assim o STF não ficará impedido de julgar a liminar. Ele explicou
que, como é uma ação de constitucionalidade, o PEN não poderia desistir
mais dela. Sobre o pedido de liminar, ainda que o partido consiga
retirar o advogado, para se prevenir dessa hipótese, entrou na
sexta-feira com outro pedido de liminar na mesma ação, mas em nome do
Instituto de Garantias Penais (IGP). O instituto é amicus curiae na ação
— o que, na linguagem jurídica, significa um apoiador da causa.
—
Temos um pedido independente do PEN. Entrei com ele na segunda-feira
para garantir o julgamento. O partido ainda não me destituiu da causa,
ainda tenho procuração, mas já estou agindo como se destituído fosse —
explicou Kakay.
O PEN entrou com a ação no STF pedindo que réus só
fossem para a prisão depois que se encerrassem todas as possibilidades
de recursos judiciais. Réus da Lava-Jato ainda esperam pegar uma uma
espécie de “carona” numa liminar que será julgada nesta quarta-feira no
Supremo e que pode reverter, entre outras, a prisão do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva.
O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário