Justiça manda prender viúva acusada de mandar matar o marido Renê Sena, ganhador da Mega-Sena
O
juiz Pedro Amorim Gotlib Pilderwasser, da 2ª Vara Criminal de Rio
Bonito, no interior do estado, determinou na terça-feira (10) a
expedição de mandado de prisão de Adriana Ferreira Almeida Nascimento.
Ela foi condenada, em dezembro de 2016, a 20 anos de prisão, após ser
acusada de mandar matar, em janeiro de 2007, o marido Renné Senna,
lavrador que ganhou R$ 52 milhões sozinho na Mega-Sena.
A decisão
foi tomada porque o recurso de protesto da viúva por novo júri não foi
aceito pela 2ª Vara Criminal de Rio Bonito. A decisão foi mantida pela
8ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, esgotando a discussão
em segunda instância. A defesa de Adriana interpôs recurso especial ao
qual não foi atribuído efeito suspensivo por decisão da 3ª
vice-presidência do Tribunal de Justiça.
Na decisão, o juiz Pedro
Amorim disse que “pelo exposto, respeitado o duplo grau de jurisdição e
definida autoria e materialidade do delito, não há razão para que seja
postergada a execução da pena, em especial no caso em análise, que tem
por objeto crime praticado há mais de uma década. Deste modo, expeça-se
mandado de prisão em desfavor da ré para execução provisória da pena
imposta”, determinou.
O magistrado argumentou que o Supremo
Tribunal Federal (STF) fixou jurisprudência no sentido de que a execução
provisória de acórdão penal condenatório proferido em segunda
instância, ainda que sujeito a recurso especial ou extraordinário, não
compromete o princípio constitucional da presunção de inocência afirmado
pelo artigo 5º, inciso LVII, da Constituição Federal.
Lavrador
O
lavrador Renné Senna ganhou R$ 52 milhões na Mega-Sena em julho de 2005
e foi assassinado quase dois anos depois, com quatro tiros, quando
conversava com amigos na porta de um bar em Rio Bonito, onde morava. A
viúva, Adriana Almeida, 25 anos mais jovem que Sena, foi apontada pela
polícia como a mandante do crime, supostamente motivada pela herança.
O
caso foi encerrado em dezembro de 2016, quando Adriana Almeida foi
condenada a 20 anos de prisão por homicídio duplamente qualificado.
Adriana era cabeleireira na cidade e foi levada por uma irmã da vítima a
passar o Natal na casa que o milionário tinha adquirido em um
condomínio de luxo no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio.
Durante
a festa de final de ano, Adriana se aproximou de Renné e começou a
namorá-lo. Humilde, ele decidiu voltar para Rio Bonito, onde nascera, e,
meses depois, casou com Adriana, que começou a mandar em tudo,
afastando Renné dos irmãos e parentes e até da filha que homem tinha de
um relacionamento anterior.
A vítima sofria de diabetes e teve de
amputar as duas pernas, em consequência da doença. Ele andava em um
quadriciclo pela cidade e tinha o hábito de, nos finais de semana, ir a
um bar conversar e tomar cerveja com amigos, quando foi assassinado. Os
matadores estavam em uma moto e fizeram diversos disparos contra Renné,
que morreu na hora.
Correio 24 Horas
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