Casos de infecção pelo H3N2, vírus do surto de gripe nos Estados Unidos, já circula no Brasil
Foto ilustrativa |
Com a chegada do outono, é esperado que novamente o vírus Influenza,
causador das gripes, comece a circular com mais intensidade no país.
Além do vírus H1N1, também conhecida como gripe influenza tipo A ou
gripe suína, alguns estados já registraram os primeiros casos de
infecção pelo H3N2, um tipo do vírus Influenza que só nos Estados Unidos, infectou mais de 47 mil pessoas e provocou diversas mortes, principalmente de crianças e idosos.
Segundo
o último informe epidemiológico, divulgado pela Secretaria de
Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, já são 13 os estados
brasileiros que registraram 57 casos de Síndrome Respiratória Aguda
Grave, (SARS, na sigla em inglês), causado pelo Influenza A (H3N2), resultando em 10 mortes este ano, sendo três casos em São Paulo.
A
circulação do H3N2 no Brasil não é novidade. Segundo a diretora do
Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Estadual de Saúde de
São Paulo, a biomédica Regiane de Paula, o vírus H3N2 circula no país há
bastante tempo. “O que acontece é uma sazonalidade, por isso em todo
mês de setembro um grupo se reúne na Organização Mundial de Saúde (OMS)
para entender qual é o vírus que está circulando, principalmente no
hemisfério Norte, e isso replica um pouco no Brasil.”
A diretora
explicou que a imunização contra o vírus está na vacina da gripe. “A
vacina já vem com uma composição que abrange esses tipos de life vírus [vírus vivo] que são específicos para a imunização, a vacina já tem o H1N1, o H3N2 e tem também influenza B”.
Para
a biomédica, não é possível afirmar que a incidência no H3N2 no Brasil
será igual ao que ocorreu nos Estados Unidos. “Não podemos falar que
vamos ter [o H3N2] exatamente da mesma maneira [no Brasil], lembrando
que há um inverno muito mais intenso na América do Norte. Estamos em um
país tropical, ainda não esfriou, mas estamos em mundo globalizado”,
ressalta.
Segundo Regiane de Paula, a vigilância epidemiológica
dos estados e municípios e também o Ministério da Saúde usam como
referência o que ocorreu no hemisfério Norte. “Durante 2014 e 2015 houve
incidência do H1N1 e isso se manteve durante o ano de 2017. Agora, em
2018, também temos o H3N2, que está circulando nesse momento pelo estado
de São Paulo e no Brasil”.
Para a diretora, apesar disso não há
nenhuma mudança significativa na incidência do vírus H3N2 no Brasil. “Ao
compararmos os boletins epidemiológicos do ano passado com os dados
desse ano, no estado de São Paulo, eles estão muito semelhantes”, e que a
Vigilância Epidemiológica está monitorando os dados, “nesse momento
estamos monitorando como está a circulação desse vírus no estado”,
acrescentou.
Vacinação
O Ministério da
Saúde ainda não marcou o início da campanha nacional de vacinação, mas
segundo a assessoria de imprensa da pasta, deve ocorre entre abril e
maio. Idosos acima de 60 anos, crianças com mais de 6 meses e menores de
5 anos, gestantes, mulheres até 45 dias após o parto, trabalhadores de
saúde, povos indígenas, portadores de doenças crônicas e professores da
rede pública e particular serão convocados para a imunização. Os grupos
alvoa da campanha são os mais vulneráveis.
Prevenção
As
medidas de prevenção para o H3N2 são as mesmas que os outros tipos de
influenza. “É seguir a etiqueta respiratória: colocar sempre o braço
para tossir e/ou espirrar nas pessoas (porque ao tossir/espirrar nas
mãos a pessoa pode tocar em superfícies e passar o vírus), fazer a
lavagem das mãos, evitar locais fechados, principalmente população de
risco e, aos primeiros sinais de sintomas, procurar um médico”, destacou
biomédica.
Agência Brasil
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