Em pouco mais de um mês, cinco fóruns são alvos de ataques na Paraíba
Incêndios criminosos, ameaças de bombas, tiroteios e homicídios tornam os fóruns da Paraíba locais perigosos para trabalhar e frequentar
Ameaça de bomba deixou funcionários do Fórum de Campina Grande em pânico na tarde desta segunda-feira - (Foto: Reprodução) |
Por volta das 14h desta segunda-feira (16) os
funcionários do Fórum Affonso Campos, em Campina Grande, no interior da
Paraíba, foram convidados a se retirar ordenadamente do prédio, que
estava sendo isolado pelo Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), da
Polícia Militar. Uma bomba teria sido encontrada em uma lixeira dentro
de um banheiro no primeiro andar do edifício.
Em menos de uma semana esta já é a terceira ocorrência de
violência registrada em um dos Fóruns na Paraíba. Na última quinta-feira
(12), um tiroteio assustou os moradores de Pedras de Fogo. O Fórum Juiz
Manoel João da Silva era alvo de dois assaltantes que estavam em uma
moto tentaram roubar a arma de um segurança do local. A porta de vidro
foi estilhaçada na troca de tiros. Os bandidos fugiram sem ser
identificados.
No dia seguinte, a sexta-feira (13), o Fórum Ferreira Junior, em
Cajazeiras, foi cenário do que pode ter sido um crime de vingança. Ao
chegar para a audiência em que o próprio filho seria julgado, Francisco
Cristóvão da Silva, de 64 anos, teria sido morto a tiros na porta do
edifício com vários tiros pelas costas. O filho do idoso seria julgado
pelo assassinato de um homen na cidade no ano passado. O principal
suspeito da morte de seu Francisco é o irmão da vítima, que está sendo
procurado pela Polícia Civil.
Se esticarmos a linha do tempo um pouco mais, para incluir o mês de
março, as ocorrências em Fóruns na Paraíba quase dobram. No dia 4 do mês
passado um incêndio atingiu o depósito do Fórum de São José de
Piranhas, veículos como carros e motos, além de documentos importantes
foram destruídos. Dez dias depois aconteceu o mesmo no Fórum de São
Bento. Dois casos isolados, mas que estão sendo investigados pela
Polícia Civil e pela Comissão Permanente de Segurança do Tribunal de
Justiça da Paraíba.
Segundo o presidente da comissão, o desembargador Carlos Martins
Beltrão, os ataques podem não ter ligação direta com a atuação da
justiça. "Tivemos alguns acontecimentos que não dizem tanto respeito a
questão da justiça em si. Estamos investigando, mas parece que estes
ataques não estão ligados à atuação da justiça em si", declarou o
desembargador.
A Comissão se reuniu nesta segunda-feira de manhã, antes de saber do
suposto ataque a bomba em Campina Grande para desenvolver mapas de
riscos de segurança e dar respostas padrão no combate a estas questões
no judiciário paraibano, no entanto, o trabalho ainda é muito
incipiente.
“Acredito que, em 90 dias, a equipe já disponha de um mapa inicial de
riscos e algumas respostas preliminares, isto é, algo mais concreto”,
disse a gerente de Controle Interno do Tribunal de Justiça, Rossana
Guerra de Sousa, que foi convidada a participar da reunião para buscar
formas de combater a violência que tem acontecido nos fóruns.
Ela explicou que a consultoria da gestão de riscos e controles é um
trabalho regular da Gerência de Controle Interno do Tribunal de Justiça.
“A consultoria de risco já foi aplicada na parte de gestão de contratos
e, agora, a gente está trazendo para a área de segurança. Essa é uma
metodologia que a auditoria usa e que a gente fica feliz em poder
disseminar junto ao Tribunal”, enfatizou.
ClickPB
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