Banco de dados criado pelo TSE pode impedir fichas sujas de se candidatarem
A quatro meses do registro das candidaturas, o TSE criou um banco de dados com os nomes dos fichas sujas. Quando um deles tentar o registro ilegal, o veto sairá no ato
| Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está na lista de inelegíveis já preparada pelo Tribunal Superior Eleitoral - (Foto: Arquivo) |
Atualmente preso em Curitiba, o ex-presidente Lula é
apenas o mais notório pretendente a cargo eletivo nas eleições de
outubro que tem a ficha suja. Além dele, há uma lista de mais de uma
centena de políticos que estarão inelegíveis pelas mesmas razões do
ex-presidente: foram condenados por crimes em tribunais de segunda
instância. Pela legislação eleitoral, antes do registro oficial das
candidaturas, em agosto, nada pode ser feito contra eles. Somente após o
registro, a Justiça Eleitoral pode se mover para barrar essas
candidaturas ilegais. Como o tempo de análise é curto – um mês – havia a
expectativa de que alguns nomes desses candidatos fichas sujas pudessem
acabar indo parar nas urnas. O risco, porém, está superado.
O Ministério Público Eleitoral (MPE) resolveu se antecipar e
montou uma tropa de choque que, desde já, analisa as pré-candidaturas.
Quando os registros forem feitos, já haverá uma lista a ser conferida.
Rapidamente, os procuradores eleitorais contestarão as candidaturas. E o
Tribunal Superior Eleitoral, da mesma forma, organiza-se também para
dar uma resposta rápida: um mutirão envolvendo os tribunais regionais
está sendo montado para auxiliar nas análises. “Ficha suja está fora do
jogo democrático”, avisou o presidente do TSE, Luiz Fux, ao tomar posse
no cargo.
Banco de dados
A rapidez com que a Corte Eleitoral vai eliminar das eleições
qualquer pretendente que estiver enquadrado na Lei da Ficha Limpa se
deve a um trabalho preventivo. Uma das frentes criadas nesse sentido é a
formulação de um banco de dados com nomes de políticos e potenciais
candidatos que estão condenados pela Justiça. Problemas de governantes
que não cumprem a Lei de Responsabilidade Fiscal também barram
candidaturas, de acordo com a Lei da Ficha Limpa.
Quando o candidato registrar seu nome no Tribunal Regional Eleitoral
dos estados ou no TSE, como é o caso dos presidenciáveis, o MPE será
acionado. Ao verificar que o nome dele consta no cadastro eletrônico, a
reação é imediata. Em cinco dias corridos, o MPE monta o processo, com
recomendação da exclusão de seu nome e encaminha para a Corte Eleitoral.
Com o mutirão de juízes montado no TSE, os processos devem correr
rapidamente. Portanto, as chances de subsistir uma candidatura como a de
Lula são nulas.
O principal nome na tarefa de identificação dos fichas sujas é o
vice-Procurador-Geral Eleitoral, Humberto Jacques de Medeiros. É ele
quem controla a alimentação e tem o principal acesso ao banco de dados
com os nomes dos políticos que estão impedidos de disputar as eleições e
o responsável por recomendar o veto aos seus pleitos.
A outra frente importante do trabalho prévio que vem sendo feito pela
Justiça Eleitoral é a de combate às fake news. Para atacar o problema e
prevení-lo, o ministro Luiz Fux criou um comitê de inteligência, com
PF, Exército, MPF e Agência Brasileira de Inteligência (Abin), para
combater a disseminação de informações inverídicas na web. O grupo se
reúne periodicamente.
Recentemente, técnicos do FBI estiveram no TSE, a convite do governo
brasileiro, para falar sobre fake news. O Conselho Consultivo do TSE
também já trocou informações com grandes empresas como Google e
Facebook. O que se sabe até o momento é que uma das grandes fontes de
fake news tem sido o aplicativo Whatsapp. Ou seja, prevenir é melhor do
que remediar.
ClickPB
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