Sistema Único de Saúde (SUS) incorpora 10 novas práticas integrativas
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, e a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde, Carissa Étienne, abrem, no Rio, o 1º Congresso Internacional de Práticas Integrativas e Saúde Pública - Tânia Rêgo/Agência Brasil |
O Sistema Único de Saúde
(SUS) incorporou hoje (12) 10 novas práticas de medicina integrativa e
complementar. Agora, são 29 os procedimentos terapêuticos baseados em
conhecimentos tradicionais oferecidos pelo sistema público de saúde.
O
ato de incorporação foi assinado pelo ministro da Saúde, Ricardo
Barros, na abertura do Primeiro Congresso Internacional de Práticas
Integrativas e Complementares e Saúde Pública. O encontro é promovido
pelo Ministério da Saúde, em conjunto com o terceiro Congresso
Internacional de Ayurveda, e vai até quinta-feira (15) no RioCentro, na
Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro.
Segundo o
ministro, agora o Brasil lidera a oferta de modalidades integrativas na
saúde pública, com 5 milhões de usuários em 9.350 estabelecimentos de
3.173 municípios. De acordo com Barros, tais práticas são investimentos
em prevenção de saúde, para que as pessoas não fiquem doentes, e evitar
que os problemas delas se agravem, que sejam internadas e que se operem,
o que gera custos para o sistema e tira qualidade de vida do cidadão.
“Somos,
agora, o país que oferece o maior número de práticas integrativas
disponíveis na atenção básica. O SUS financia esse trabalho com a
transferência para os municípios, e nós passamos então a caminhar um
pouco na direção do fazer e não cuidar da doença”, disse o ministro.
Ridardo
Barros explicou que a incorporação das terapias chamadas de
alternativas ao SUS baseou-se em evidências científicas e na tradição.
“Estamos falando de medicina tradicional: ao longo de milênios, essas
coisas deram certo. A maioria dos medicamentos é baseada no princípio
ativo dessas plantas. Antes, tomava-se um chá de determinada planta e
hoje toma-se um comprimindo de uma substância extraída daquela planta, o
que faz exatamente o mesmo efeito.”
Desde 2006, já eram
oferecidos pelo SUS os tratamentos de acupuntura, homeopatia,
fitoterapia, antroposofia e termalismo. No ano passado, foram incluídas
14 práticas: arteterapia, ayurveda, biodança, dança circular, meditação,
musicoterapia, naturoterapia, osteopatia, quiropraxia, reflexoterapia,
reiki, shantala, terapia comunitária integrativa e ioga. Agora, somam-se
à lista a apiterapia, aromaterapia, bioenergética, constelação
familiar, cromoterapia, geoterapia, hipnoterapia, imposição de mãos,
ozonioterapia e terapia de florais.
O ministro destaca que, no ano
passado, foram 1,4 milhão de atendimentos individuais. A maioria foi de
acupuntura, com 707 mil atendimentos. Depois, vieram medicina
tradicional chinesa, com 151 mil sessões de tai chi chan e liangong,
auriculoteriapia, com 142 mil procedimentos, e ioga, com 35 mil sessões.
Segundo
Ricardo Barros, o Congresso Internacional de Práticas Integrativas e
Complementares e Saúde Pública vai debater formas de ampliar as práticas
de medicina integrais e complementares no SUS e levar as terapias aos
municípios.
“Este é o desafio. Primeiro, estamos consolidando a
oferta do serviço, permitindo que as estruturas de atenção básica
implantem esses serviços e coloquem à disposição das pessoas. Agora é
fazer a divulgação e o engajamento dos cidadãos na prevenção, que não é a
nossa cultura. Se você vai à China, a cada 50 metros, tem uma casa de
massagem. Aqui, a cada 50 metros, tem uma farmácia. Essa é a mudança que
precisa ser alcançada”, afirmou.
Na oportunidade, Barros assinou
também a incorporação no organograma do Ministério da Saúde da
Coordenação de Práticas Integrativas e Complementares, cujo titular será
Daniel Amado. O ministro lançou ainda o glossário temático e o manual
de boas práticas para as terapias integrativas no SUS.
O encontro
sobre medicina complementar atraiu cerca de 5 mil pessoas, que se
inscreveram em diversos países. Na mesa de abertura, a diretora da
Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Carissa Étienne, elogiou o
sistema de saúde brasileiro, considerando-o um modelo que “causa inveja
ao mundo”, por ser baseado nos direitos humanos e no acesso de toda a
população.
Sobre as terapias integrativas, Carissa ressaltou a
necessidade de preservar tais conhecimentos, que são passados de geração
em geração. “Devemos reconhecer as pessoas que fazem com que essas
práticas de saúde permaneçam vivas e que passem de geração para
geração”, disse a representante da Opas. Os recursos necessários para
garantir uma vida saudável e produtiva existem, acrescentou Carissa. “É
nossa responsabilidade descobrir como presentear todos os nossos irmãos e
irmãs com esse conhecimento.”
Na abertura do congresso, houve apresentações de dança indiana e de índios guaranis.
Veja a lista dos tratamentos oferecidos pelo SUS:
– acupuntura
– homeopatia
– fitoterapia
– antroposofia
– termalismo
– arteterapia
– ayurveda
– biodança
– dança circular
– meditação
– musicoterapia
– naturoterapia
– osteopatia
– quiropraxia
– reflexoterapia
– reiki
– shantala
– terapia comunitária integrativa
– ioga
– apiterapia
– aromaterapia
– bioenergética
– constelação familiar
– cromoterapia
– geoterapia
– hipnoterapia
– imposição de mãos
– ozonioterapia
– terapia de florais
Agência Brasil
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