Intervenção no Rio de Janeiro pode gerar desconforto, diz porta-voz do Exército
Chefe da comunicação do Comando Militar do Leste (CML) diz que será necessária a compreensão da população
O
coronel Carlos Cinelli, chefe da comunicação do Comando Militar do
Leste (CML), avaliou que a presença de militares do Exército em algumas
regiões do Rio de Janeiro poderá gerar incômodo, o que seria natural.
Para ele, será necessária a compreensão da população.
“Algum desconforto vai existir. Uma revista, por exemplo, poderá
gerar algum transtorno a moradores. O que, eventualmente, já ocorria
antes”, disse. Segundo o coronel, a presença dos militares será notada
de fato após a anuência do Congresso, o que não impede que ações
pontuais já aconteçam.
A presença de um blindado no último sábado (17), próximo ao Palácio
Guanabara, sede do governo fluminense, onde o presidente Michel Temer
está reunido com o governador Luiz Fernando Pezão e outras autoridades,
chama a atenção de quem passa pelo local.
Eles discutem o planejamento para a intervenção militar, que foi
determinada em decreto presidencial assinado na última sexta-feira (16) e
que ainda vai ser votado pelo Congresso Nacional na próxima semana.
O secretário de estado de segurança Roberto Sá foi afastado do cargo e
o general Walter Braga Netto, que comanda o CML, foi nomeado
interventor. Na prática, ele será o responsável pela segurança pública
no estado enquanto durar a intervenção que, de acordo com o decreto,
está prevista até o fim deste ano.
Ainda segundo Carlos Cinelli, operações que forem realizadas no curto
prazo estavam planejadas antes da decisão. De acordo com o porta-voz do
CML, o decreto assinado pelo presidente da República não elimina outro
que estava em vigor desde junho do ano passado, quando foi implantada
uma missão de Garantia da Lei e da Ordem (Glo). “Eu diria que um decreto
dá maior sustentabilidade ao outro”, disse. Para ele, o que irá ocorrer
é uma ampliação da atividade dos militares.
Para essas ações do Glo, havia sido estruturado o comando conjunto
composto por militares das Forças Armadas (Marinha, Exército e
Aeronáutica). Subordinado ao CML, chefiado pelo general Walter Braga
Netto, e assim continuará funcionando.
As missões de Glo só podem ser realizadas por ordem expressa do
presidente da República. Elas ocorrem quando se avalia que houve
esgotamento das estruturas tradicionais de segurança pública, em graves
situações de perturbação da ordem que colocam em risco a integridade da
população e o funcionamento regular das instituições. Nestas situações,
as forças armadas passam a atuar com poder de polícia até o
restabelecimento da normalidade.
Os militares realizam prisões em caso de flagrantes criminosos, criam
barreiras no tráfego e pedem documentos com intuito de fiscalização,
apreendem armas e drogas, retém carteiras de motoristas que cometem
infrações graves, etc. Decretos de GLO já foram editados, por exemplo,
para garantir a segurança no Rio de Janeiro durante a Conferência das
Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (Rio + 20), em 2012; na
visita do Papa Francisco à Jornada Mundial da Juventude, em 2013; na
Copa do Mundo de 2014 e nos Jogos Olímpicos de 2016.
Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário