Região Nordeste conta com monitoramento para as secas para acompanhar estiagem
Marcello Casal Jr/Agência Brasil
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A
Região Nordeste conta com o Monitor de Secas para acompanhar o ciclo de
estiagem e melhorar a política e a gestão dos problemas decorrentes da
escassez de chuva. O objetivo do Monitor é integrar o conhecimento
técnico e científico já existente em diferentes instituições estaduais e
federais e estabelecer diferentes graus de severidades da estiagem,
permitindo acompanhar a evolução temporal e espacial. As informações são
atualizadas mensalmente. O modelo foi baseado no Monitor de Secas dos
Estados Unidos, desenvolvido pelo Centro Nacional de Mitigação de Secas
dos EUA (NDMC).
O modelo de acompanhamento facilita a tradução das
informações em ferramentas e produtos para serem utilizados por
instituições tomadoras de decisão e indivíduos, de modo a fortalecer os
mecanismos de monitoramento, previsão e alerta precoce. Além disso, é
uma maneira de consolidar em um mesmo lugar e com uma mesma linguagem as
diferentes informações sobre seca na região, que sempre tiveram
espalhadas em órgãos diferentes, usando indicadores diversos. “Não havia
muita possibilidade de integração das informações e compartilhamento
dos dados”, recorda Ana Paula Fiorezi, superintendente-adjunta de
Operações e Eventos Críticos da Agência Nacional de Águas (ANA).
Na
verdade, o que o equipamento faz é sistematizar o processo com uma
metodologia bastante simples: usar indicadores de secas que são
consagradas em nível mundial e classificar a seca em classes de
severidade. “Vai de situação sem seca ou de seca moderada até seca
excepcional. Uma vez por mês são elaborados mapas que permitem uma
comparação da evolução da seca na região”, explica a representante da
agência.
Com o Monitor, é possível saber quais regiões estão sendo
mais afetadas e conseguir traçar uma tendência de evolução dessa seca.
“A resposta à seca não depende só da severidade do evento naquele
determinado momento, mas de um acumulado de históricos porque uma coisa é
você ter uma seca severa que persistia dois meses e outra que persistia
há alguns anos”, complementa Ana Paula Fioreze.
Ela explica ainda
que quando o cidadão entra nesse mapa consegue visualizar as
informações não somente por estados. “Não é uma instituição só que faz
isso e privilegia a participação de todas as instituições estaduais. São
três estados que fazem o revezamento na autoria: Bahia, com o Inema –
Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado da Bahia;
Pernambuco com a Apac – Agência Pernambucana de Águas e Clima e o Ceará
com a Funceme – Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos”,
ressalta. Eles usam dados que estão disponíveis em diferentes locais e
consolidam as informações. Todos os estados participam de um processo de
validação pegando os mapas e verificando com as pessoas que atuam no
campo se aquilo corresponde a realidade ou não.
As informações
sobre seca dificilmente são conseguidas em tempo real. A periodicidade
que se consegue por enquanto é mensal. “Na verdade é um instrumento
utilizado mais pelos órgãos gestores de recursos hídricos. Mas vários
estados e o Ministério da Integração, também em algumas ações, usam para
confirmar situação de emergência ou de calamidade e para se planejar
para resposta, como por exemplo a carros-pipas ou outros socorros”,
reforça a superintendente da ANA.
O sistema é um instrumento de
monitoramento e não de prognóstico. Por enquanto, está centralizado no
Nordeste. Desde janeiro de 2017, o equipamento passou a ser coordenado
pela Agência Nacional de Águas e um dos objetivos é expandir esse
monitoramento para todo o país em cinco anos.
Ana Paula Fioreze
lembra que população pode acessar todos os mapas e os indicadores do
Monitor, além dos resultados finais, que são sempre disponibilizados no
15º dia do mês subsequente. Há também o aplicativo, disponível para IOS e
Android, onde podem ser baixados os indicadores que vêm sempre com uma
narrativa do mês anterior. O endereço é: monitordesecas.ana.gov.br
Agência Brasil
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