Polícia acredita que morte de duas crianças custou R$ 25 mil em suposto ritual satânico
Polícia
Civil acredita que uma pessoa pagou R$ 25 mil ao líder de um templo
satânico para o sacrifício de duas crianças em Novo Hamburgo, na Região
Metropolitana de Porto Alegre. Os corpos de um menino e de uma menina,
de aproximadamente 8 e 12 anos, respectivamente, foram encontrados em
setembro do ano passado. Três pessoas, incluindo o líder da seita, foram
presas.
As
crianças foram encontradas no bairro Lomba Grande. Os corpos estavam
esquartejados, e faltavam partes que foram localizadas dias depois. Os
membros estavam dentro de sacos plásticos colocados em caixas de
papelão, e foram deixados em uma localidade deserta.
A
investigação foi difícil para a polícia, uma vez que exames de DNA não
identificaram as crianças junto ao banco de dados. A falta de câmeras de
segurança na região também foi um obstáculo para a apuração do caso.
Várias
possibilidades eram cogitadas, inclusive a de que as crianças poderiam
ser vítimas colaterais de uma disputa relacionada ao tráfico de drogas.
No entanto, a ausência da busca por pais ou parentes intrigou a polícia.
Por
isso, com base nos novos indícios coletados na investigação, surgiu a
hipótese de que o menino e a menina possam ter sido trazidas ou
compradas na Argentina.
Os
três suspeitos foram presos logo após o Natal, em uma operação, mas a
informação foi divulgada no começo desta semana. O líder do templo, que é
do Rio Grande do Sul, nega as acusações, mas relata suas práticas
satanistas, que já foram até documentadas por meio de canais de
televisão paga, de acordo com o delegado Moacir Fermino.
“Ele
mesmo diz que viaja pelo mundo, por vários países do mundo fazendo esse
trabalho, mas diz que sequer mata animais, diz que só pratica
bruxaria”, afirma.
Moacir
acrescenta que, além das prisões, foi apreendido no templo satanista
farto material que comprova o envolvimento dos suspeitos na morte e
esquartejamento das crianças. “Provas contundentes”, resume o delegado.
Revelação
“Em
Novo Hamburgo, em qualquer lugar, nunca teve um caso desses. Sou
policial há 44 anos, 20 como delegado, e esse tipo de violência sempre
me toca”, desabafa Moacir, ao dizer que sua fé o ajudou na investigação.
“Sou servo de Deus, isso me veio por meio de uma revelação, por isso a operação recebeu o nome de Revelação”, afirma.
As
investigações ainda estão em andamento, por isso, Moacir se queixa do
vazamento de informações que teriam prejudicado a prisão de mais
suspeitos.
Ainda de acordo com ele, autoridades da Argentina já entraram em contato com a polícia na tentativa de identificar as crianças.
A Polícia Civil convocou uma entrevista coletiva para a próxima semana para dar mais detalhes sobre o caso.
MaisPB
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