Em tradicional mensagem, papa Francisco condena fake news e diz que ação 'alastra o ódio'
Pontífice divulgou mensagem sobre Dia das Comunicações Sociais
Para Francisco, "o drama da desinformação é o descrédito do outro, a sua representação como inimigo, até uma demonização que pode fomentar conflitos" - (Foto: Reprodução/AFP) |
O Vaticano divulgou nesta quarta-feira (24) a
tradicional mensagem do papa Francisco para o 52ª Dia Mundial das
Comunicações Sociais que, neste ano, ataca e critica o uso das chamadas
"fake news" - as notícias falsas divulgadas propositalmente para
distorcer opiniões.
"Fake news é um termo discutido e objeto de debate. Geralmente,
atinge àquelas informações difundidas de maneira online ou na mídia
tradicional. Com essa expressão, refere-se às informações infundadas,
baseadas sob fatos inexistentes ou distorcidos, e miradas para enganar
ou manipular o leitor. A sua difusão pode responder à objetivos
desejados, influenciando escolhas políticas e favorecendo lucro
econômico", disse o religioso.
Para Francisco, "o drama da desinformação é o descrédito do outro, a
sua representação como inimigo, até uma demonização que pode fomentar
conflitos".
"As notícias falsas revelam assim um comportamento, ao mesmo tempo,
intolerantes e hipersensíveis, com o único êxito que a arrogância e o
ódio provavelmente se espalhará. O que conduz, em última análise, à
falsidade", disse ainda.
No documento, o sucessor de Bento XVI afirma que esse tipo de
informação consegue destaca e é eficaz porque, em primeiro lugar, elas
têm uma capacidade de "parecer plausíveis".
"Em segundo lugar, essas notícias são capciosas, no sentido que são
hábeis em capturar a atenção dos destinatários, fazendo caso sobre
esteriótipos e mentiras difundidas no interior de um tecidos social,
explorando emoções fáceis e imediatas, como a ansiedade, o desprezo, a
raiva e a frustração", acrescentou.
Como dica para os cristãos, Jorge Mario Bergoglio destacou que a
melhor forma para se defender das notícias falsas "é deixar se purificar
a verdade". "Para discernir a verdade, é preciso confirmar o que nos
garante a comunhão e promover o bem a todos, ao contrário, isso tenderá a
nos isolar, dividir e contrapor", disse ainda.
"Nenhuma desinformação é inócua; bem como, acreditar em tudo que é
falso produz consequências nefastas. Também uma distorção da verdade, de
maneira aparentemente leve, pode ter efeitos perigosos", ressaltou.
"As mesmas motivações econômicas e oportunistas da desinformação têm
sua raiz na sede de poder, ter e desfrutar, que em última análise, nos
torna vítimas de um imbróglio ainda mais trágico para cada um em uma
simples manifestação: aquele do mal, que se move de falsidade em
falsidade para roubar a liberdade do coração. Isso é o que significa
educar para a verdade, que é educar para discernir, avaliar e ponderar
os desejos e as inclinações que se movem dentro de nós", finalizou.
ClickPB com Agência Ansa
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